Moscovo convoca embaixador francês contra "provocações" de Macron
A Rússia convocou hoje o embaixador francês em Moscovo para denunciar a política "destrutiva e provocadora" de Paris, depois de o Presidente francês ter voltado a admitir o envio tropas ocidentais para a Ucrânia.
"O lado russo apresentou a sua avaliação de princípio da linha destrutiva e provocadora de Paris, que está a levar a uma escalada do conflito", disse a diplomacia russa em comunicado.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo avisou o embaixador francês Pierre Levy que "as tentativas das autoridades francesas de criar uma certa 'indeterminação estratégica' através das suas declarações irresponsáveis" sobre o envio de militares para a Ucrânia "estão condenadas ao fracasso".
"Os objetivos da operação militar [na Ucrânia] serão alcançados", acrescentou a diplomacia russa, que associou a sua decisão de convocar o embaixador francês às "declarações cada vez mais beligerantes do Governo francês e às informações sobre o envolvimento crescente da França no conflito na Ucrânia".
Moscovo já manifestou anteriormente o seu desagrado com as declarações de Macron, que insistiu que não exclui, se necessário, o envio de tropas da NATO para a Ucrânia.
Também hoje, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo convocou o embaixador britânico em Moscovo, Nigel Casey, por causa das declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, segundo as quais Kiev tem o direito de atacar alvos na Rússia com armas fornecidas por Londres.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, denunciou hoje "uma escalada verbal por parte de vários representantes oficiais" da Europa, referindo-se ao Presidente francês, Emmanuel Macron, e ao chefe da diplomacia britânica, David Cameron.
"Vemos isto tanto a nível de chefes de Estado, quando se trata da França, como a um nível mais especializado, quando se trata da Grã-Bretanha", disse.
Em resposta a Londres, Moscovo ameaçou que as forças do país podem atacar "qualquer instalação ou equipamento militar britânico em território ucraniano e além" se Kiev usar "armas britânicas" contra alvos na Rússia.