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Juiz multa Donald Trump por violar ordem de silêncio

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O juiz que preside ao julgamento de Donald Trump sobre o caso de pagamentos ilícitos multou o ex-presidente norte-americano em mil dólares (cerca de 930 euros) por ter violado uma ordem de silêncio, foi hoje divulgado.

A multa é a segunda sanção aplicada a Trump por comentários inflamados sobre testemunhas desde o início do julgamento em abril.

Na semana passada, foi multado em 9.000 dólares (mais de 8.300 euros) por nove violações.

O juiz Juan Merchan avisou severamente Trump de que uma nova violação poderá resultar numa pena de prisão.

É "a última coisa que eu quero fazer", acrescentou, citado pela agência norte-americana AP.

Os procuradores estão a aprofundar o mundo à volta de Trump, na sequência de um relato sobre a reação do antigo presidente a uma gravação politicamente prejudicial que surgiu nas últimas semanas da campanha de 2016.

Hope Hicks, ex-funcionária da Casa Branca (presidência) e durante anos assessora de topo, é de longe a colaboradora mais próxima de Trump a depor como testemunha no julgamento de Manhattan.

O testemunho que deu na sexta-feira constituiu uma visão privilegiada de um período caótico e crucial da campanha, quando foi tornada pública uma gravação de 2005 de Trump a falar sobre agarrar mulheres sem autorização delas.

Na altura, Trump e os aliados procuraram impedir a divulgação de outras histórias potencialmente embaraçosas.

Esse esforço, segundo os procuradores, incluiu o pagamento de dinheiro para calar uma atriz pornográfica e uma modelo da revista Playboy que afirmaram ter tido encontros sexuais com Trump.

"Eu tinha a sensação de que esta seria uma história enorme e que iria dominar o ciclo de notícias nos dias seguintes", disse Hicks sobre a gravação revelada pela primeira vez numa reportagem do jornal The Washington Post de outubro de 2016.

O primeiro julgamento contra um ex-presidente dos Estados Unidos entrou hoje na terceira semana de depoimentos, com os procuradores a dirigirem-se para a sua testemunha principal, Michael Cohen, o antigo advogado de Trump.

Espera-se que Cohen seja submetido a um interrogatório contundente por parte dos advogados de defesa que procuram minar a sua credibilidade perante o painel de 12 jurados, segundo a AP.

Trump enfrenta 34 acusações de falsificação de registos comerciais relacionados com alegados pagamentos para dissimular histórias potencialmente embaraçosas.

Os procuradores dizem que a empresa de Trump, a Trump Organization, reembolsou Cohen pelos pagamentos feitos à atriz pornográfica Stormy Daniels, dando ao advogado bónus e pagamentos extras.

Os procuradores alegam que essas transações foram falsamente registadas nos registos da empresa como despesas legais.

Trump declarou-se inocente e negou ter tido encontros sexuais com qualquer uma das mulheres, bem como qualquer ato ilícito.

Donald Trump, 77 anos, foi Presidente entre 2017 e 2021, e é de novo candidato dos republicanos às eleições de novembro, contra o atual chefe da Casa Branca, o democrata Joe Biden, 81 anos.