Bem estar ou desinteresse?
Terminado o período de eleições regionais, interessa efetuar uma análise sintética e reveladora.
Sendo a cidadania uma organização da sociedade que permite a participação dos cidadãos, o grau de bem estar que determina o interesse na ida à urna parece estar longe de um final feliz e alvo de alguma degradação dramática.
Perante os resultados obtidos podemos afirmar que a abstenção e o voto de protesto se assumem como uma disfunção da vida democrática.
Os partidos de esquerda abandonaram as classes populares e ao passar para o lado das minorias, caíram num vazio que os levou para fora da representatividade parlamentar.
O sistema de informação pública e privada onde hoje proliferam as redes sociais cujos públicos estão extremamente cativos é o principal foco dos partidos da extrema e do descontentamento, inundando os seus visualizadores com mensagens de ódio e falsas informações acerca de temas à escala mundial ou promessas que são impossíveis de concretizar.
As políticas neoliberais dos governos cavam o fosso social e aumentam o descontentamento e a falsa redistribuição.
As considerações partidárias cada vez mais são de caráter financeiro aumentando a cegueira política, quase refém de uma estupidez política associada.
Perante o resultado obtido cabe a quem conseguir governar ter o discernimento necessário para implementar e executar políticas de âmbito fiscal e social o mais rapidamente possível por forma a reduzir o empobrecimento e o fosso social. Esta atitude fará aumentar o bem estar social e consequentemente o voto nos partidos de centro direita, relegando para segundo plano eventuais populistas e incentivadores do ódio.
Bem estar social é sinónimo de satisfação e maior probabilidade de identidade e consequente participação nas urnas.
Aumentar a confiança na classe política é o sucesso e o maior desafio da nossa ainda jovem democracia.
António Pedro de Jesus Nunes de Freitas