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União Europeia apoia 'roteiro' para cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns

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O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, manifestaram hoje o seu apoio ao 'roteiro' proposto por Israel para um cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns.

"O nosso total apoio ao roteiro para um cessar-fogo duradouro e a libertação de reféns que conduza à cessação permanente das hostilidades e à retirada das Forças de Defesa de Israel e ao início dos esforços de reconstrução", sublinhou o diplomata espanhol, numa publicação na rede social X.

O comentário do alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança surgiu depois de o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden ter anunciado hoje um acordo em três fases proposto por Israel ao grupo palestiniano Hamas, que disse poder terminar a guerra na Faixa de Gaza e libertar os reféns que permanecem no enclave.

Já Charles Michel saudou a nova proposta, lembrando que é crucial que abra espaço para conversações sobre "uma solução a longo prazo, nomeadamente a cessação permanente das hostilidades e a retirada das forças israelitas, bem como a reconstrução de Gaza".

"Grato pelos esforços dos EUA, em cooperação com parceiros-chave, nomeadamente o Qatar e o Egito. O sofrimento deve parar. Apelo a todas as partes para que aproveitem esta oportunidade para a paz", destacou o presidente do Conselho Europeu.

Biden disse que a primeira fase do acordo duraria seis semanas e incluiria um "cessar-fogo total e completo", a retirada das forças israelitas de todas as áreas povoadas da Faixa de Gaza e a libertação de vários reféns em posse do Hamas, incluindo mulheres, idosos e os feridos, em troca de centenas de prisioneiros palestinianos.

Os reféns norte-americanos seriam libertados nesta fase e os restos mortais dos que foram mortos devolvidos às suas famílias. A assistência humanitária seria aumentada, com 600 camiões autorizados a entrar no enclave palestiniano todos os dias.

A segunda fase incluiria a libertação de todos os reféns vivos restantes, incluindo soldados do sexo masculino, e as forças israelitas abandonariam as suas posições em todo o território da Faixa de Gaza.

"Enquanto o Hamas cumprir os seus compromissos, o cessar-fogo temporário tornar-se-ia, nos termos das propostas israelitas, 'a cessação permanente das hostilidades'", observou Biden.

Por fim, a terceira fase exige o início de uma grande reconstrução da Faixa de Gaza, que enfrenta décadas de trabalhos devido à devastação causada pela guerra.

Nas suas declarações na Casa Branca, o Presidente norte-americano disse que o Hamas "já não consegue" realizar um novo ataque em grande escala contra Israel, insistindo na necessidade de uma trégua prolongada e da libertação de reféns.

O Governo israelita considerou que a sua nova proposta de trégua na Faixa de Gaza anunciada por Biden permitirá alcançar todos os seus objetivos militares, incluindo a eliminação das capacidades do grupo palestiniano Hamas.

"O esboço exato apresentado por Israel, incluindo a transição com condições fase a fase, permite que Israel mantenha estes princípios", observou o gabinete do primeiro-ministro.

Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza após um ataque mortífero do Hamas em 07 de outubro, no qual militantes palestinianos invadiram o sul do território israelita, mataram quase 1.200 pessoas, na maioria civis, e levaram cerca de 250 como reféns.

A operação israelita em grande escala de retaliação no enclave palestiniano já matou mais de 36 mil pessoas, na maioria também civis, de acordo com o governo local do Hamas, e deixou o território numa grave crise humanitária.