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Cotrim de Figueiredo diz que o que se passa na AIMA é inadmissível

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 O cabeça- de- lista da Iniciativa Liberal às europeias considerou hoje que a situação da Agência para as Integrações, Migrações e Asilo (AIMA) é inadmissível e resultado da "má decisão" da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

"É perfeitamente inadmissível. Já havia [problemas] na altura da extinção do SEF e, agora, pioraram", disse João Cotrim de Figueiredo no final de uma visita à empresa DRT Moldes, em Leiria.

O candidato liberal, que comentava a notícia do jornal Expresso de que cerca de 100 trabalhadores da AIMA terão pedido para sair da agência, lembrou que a "IL avisou" para os problemas que aí vinham.

"Começo por dizer uma coisa que não é particularmente agradável, mas que é verdade, é que nós avisamos", atirou.

Cotrim justificou em seguida: "Quando se desintegrou o SEF, quando se separou as várias entidades que o compunham, avisámos que não havia preparação nem em termos técnicos, nem em termos de recursos humanos para as competências que iam ficar atribuídas a cada entidade, especialmente para uma entidade que ia ser criada de novo".

O candidato a eurodeputado insistiu que a "IL avisou que estavam a brincar com temas muito sérios"como a dignidade e a vida das pessoas que estão à espera da autorização de residência, da formalização do processo de manifestação de interesse ou de reagrupamento familiar.

Criticando a extinção do SEF, Cotrim Figueiredo classificou de uma "grande irresponsabilidade e incompetência" o que se passa na AIMA que "tem meio milhão de processos pendentes".

Porque, prosseguiu, "quem sofre são as pessoas que procuram em Portugal uma vida melhor e que, em muitos casos, acabam por encontrar uma vida pior".

"Uma das coisas que me choca particularmente é o que não aconteceu que foi ter um sistema informático capaz de lidar sequer com a inventariação dos casos", frisou.

Questionado sobre se são dores de crescimento, como considerou a candidata do PS às eleições europeias, Marta Temido, salientou que "não podem ser dores de crescimento porque tem de nascer a funcionar".

O candidato liberal garantiu que "nunca lançaria uma entidade e não castigaria a anterior se a nova não estivesse preparada".

A falta de recursos humanos com que a AIMA se debate desde que foi criada vai agravar-se com os pedidos de saída uma centena de funcionários, escreve hoje o jornal Expresso.

Segundo o Expresso, que cita um relatório da agência sobre a recuperação das pendências do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), elaborado este mês, o novo organismo iniciou funções em outubro de 2023 com apenas 714 funcionários --- 41% do contingente dos organismos extintos que estaria à disposição.