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Madeira

DIÁRIO distinguido pela Associação Portuguesa de Museologia

Convento de Santa Clara, MUDAS.Museu e investigador Manuel Biscoito foram distinguidos na mesma cerimónia

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O DIÁRIO de Notícias da Madeira foi distinguido, esta manhã, na edição de 2024 dos prémios da Associação Portuguesa de Museologia, que também distinguiram outas entidades regionais.

"Por todo o trabalho de cobertura jornalística na área cultural e museológica", o DIÁRIO conquistou o prémio na categoria de 'Trabalho Jornalístico/Media', que também distinguiu a RTP2, a Sul Informação - Notícias do Algarve Baixo Alentejo e a VITEC Azores TV.

A par deste reconhecimento, foram atribuídos outros prémios para a Madeira, como foram os exemplos de dois projectos desenvolvidos pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura. 

A obra de Reabilitação e Restauro do Convento de Santa Clara recebeu o prémio APOM na categoria de 'Salvaguarda, Reabilitação e Restauro'.

O Convento de Santa Clara, reabriu ao público a 18 de Maio de 2023, depois de uma campanha de reabilitação e restauro projectada e coordenada pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura, através da Direcção Regional da Cultura, que contou com a parceria do Laboratório José de Figueiredo e do Museu Nacional do Azulejo.

A complexa e cuidada intervenção global nas áreas visitáveis foi possível com o apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) – Programa Operacional da Região Autónoma da Madeira 2014-2020 (Madeira 14-20), e teve um custo total elegível de quase 3 milhões de euros, ficando cerca de 2 milhões a cargo do FEDER. Beneficiou o convento de conservação e restauro do seu património artístico, móvel (pinturas, esculturas, azulejos, ourivesaria) e integrado (talha dourada e tapetes de azulejos), como uma escavação arqueológica nos poços-cisterna. Sendo então lançado um guia e desdobrável / folheto (bilingues).

O Convento de Santa Clara, incluindo a sua igreja, está classificado como Monumento Nacional, desde 1940. Foi o Papa Sixto IV quem autorizou a construção deste convento, em 1476, mas as obras só começaram em 1492. A igreja e o Convento de Santa Clara sofreram alterações significativas, ao longo dos séculos, mas subsiste ainda significativo património do final do século XV e do século XVI. O grande espólio patrimonial centra-se nas obras dos séculos XVII e XVIII, também de oficinas estrangeiras, nacionais e regionais, que expressam as condições económicas dos comitentes, assim como o gosto vigente da sociedade madeirense de então. 

Por seu turno, o MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira, através do projecto 'Livro Sem Pontos', recebeu uma menção honrosa na categoria de 'Projecto de Educação e Mediação Cultural'.

'Livro sem pontos', foi dinamizado por uma equipa pedagógica de 6 elementos e  teve como base de trabalho a exposição 'Como uma ilha sobre o mar: Lourdes Castro', que mostrou transversalmente a vida e obra da artista. Na mediação pedagógica desta exposição, foi apresentado um conjunto variado de acções de cariz pedagógico. Foi objectivo do MUDAS.Museu, motivar, aproximar e envolver a comunidade numa partilha dinâmica de conhecimentos e experiências criactivas, no âmbito da arte contemporânea. Assim, foi promovida a reflexão e a troca de experiências, através de estratégias pedagógicas que visaram sensibilizar para as questões centrais da sociedade actual. As visitas orientadas e temáticas exploraram várias vertentes da vida da artista, exercícios performativos, oficinas temáticas que exploraram o desenho, pintura, gravura, cianotipia, cerâmica, aplicação de vidrados, entre outros.

Este projecto colaborativo com a associação 'Dançando com a Diferença', uma companhia profissional que tem como missão “promover a Inclusão Social e Cultural através da Dança Inclusiva”, apresentou um conjunto de actividades que abordaram as temáticas e os processos criativos da artista e, ao mesmo tempo, procurou estimular a criatividade, a literacia e a partilha intergeracional e multicultural dos visitantes. Está prevista uma edição, física ou digital, do 'Livro sem pontos'.

Este projecto de mediação integrou paralelamente um Congresso de Arte Contemporânea evocativo da vida e obra da artista 'In memoriam: Lourdes Castro'.

Igualmente, o investigador madeirense Manuel Biscoito, conservador do Museu de História Natural do Funchal e presidente da Associação dos Amigos do Museu Quinta das Cruzes, também recebeu um prémio na categoria de 'Conferência'.

Para o Secretário Regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, estas distinções, de que a Região está hoje a ser merecedora, devem orgulhar “não apenas para o sector cultural, mas todos os madeirenses e porto-santenses”. O governante sublinha que os prémios são um “reconhecimento daquilo que se faz de bom na Região em prol da Cultura e do Património”, seja da responsabilidade das entidades públicas, seja de outras entidades, como é o caso da Comunicação Social que tem um papel importante da divulgação de tudo o que é feito nesta área.

“Estes prémios são uma recompensa por todo o trabalho realizado e um incentivo a mais projetos e iniciativas”, diz ainda Eduardo Jesus, felicitando todos os premiados de hoje.

Para além dos prémios entregues durante a manhã, já durante esta tarde a Associação Portuguesa de Museologia (APOM), atribuiu mais distinções à Região. A primeira foi a Márcia Sousa, directora do MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira, uma das oito personalidades que receberam o prémio de Mérito Profissional na área da Museologia.

Na ocasião, o presidente da APOM, José Neto, sublinhou o contributo que Márcia Sousa tem dado à Cultura na Região, sendo a responsável por um “farol do conhecimento” no concelho da Calheta.

Já a exposição 'Como uma ilha sobre o mar: Lourdes Castro' também no MUDAS.Museu recebeu uma menção honrosa na categoria de Exposição Temporária. Esta mostra que esteve patente naquele espaço entre Dezembro de 2022 e Outubro de 2023, contou com a curadoria de Márcia de Sousa, propondo-se traçar um panorama transversal sobre a vida e obra de Lourdes Castro, sinalizando alguns momentos que marcaram o seu percurso pessoal e profissional. Sem a ambição de se configurar como uma exposição antológica, assumiu-se como uma homenagem a esta renomada artista, de origem madeirense, falecida em Janeiro de 2022 e cujo percurso deixou uma marca incontornável na história das artes contemporâneas em Portugal. Integrando uma vasta seleção de obras e documentação, este projeto percorreu o registo de vida desta autora deste a infância até aos últimos anos da sua vida.

A iniciativa contou com a colaboração de várias instituições nacionais e de colecções particulares que, gentilmente se associaram ao MUDAS.Museu com a cedência temporária de algumas obras dos seus acervos. 

Nesta categoria (Exposição Temporária), o Museu de História Natural do Funchal recebeu ainda um prémio pela mostra 'Waterline – Breathless Emotions', da autoria de Gonçalo Gomes.

A exposição temporária, “Waterline – Breathless Emotions”, teve a sua abertura oficial a 20 de Junho de 2023 e pretende através de fotografias e vídeos subaquáticos, da autoria do artista plástico Gonçalo Gomes, é uma viagem extraordinária ao mundo subaquático das ilhas da Madeira e proporcionar ao visitante uma viagem espetacular pelos diversos ecossistemas marinhos do arquipélago da Madeira, desde as poças de maré até ao mar alto. Para além dos elementos de multimédia, nesta exposição encontram-se ainda em exibição vários espécimes marinhos, pertencentes à coleção científica do Museu.