Vinda de Von der Leyen a Portugal "clarifica o que não serve aos portugueses", diz CDU
O cabeça de lista da CDU às europeias considerou hoje que a vinda de Von der Leyen a Portugal "clarifica o que não serve aos portugueses" nestas eleições, acusando-a de ter protagonizado políticas que prejudicaram o país.
Em declarações aos jornalistas em Olhão, no distrito de Faro, depois de ter feito uma viagem de barco pela Ria Formosa, João Oliveira disse não ter recebido "com nenhuma surpresa nem sobressalto" a notícia de que Ursula von der Leyen vai participar na campanha da Aliança Democrática (AD).
"É mais útil quando as coisas estão mais claras e julgo até que é mais útil quando as coisas estão mais claras do que quando estão escondidas em falsas independências e isenções por quem exerce as funções que exerce a presidente da Comissão Europeia", afirmou.
O candidato salientou que "toda a gente sabe qual é a família política de que é oriunda a presidente da Comissão Europeia, toda a gente sabe o seu alinhamento político, não só com a sua família política, mas também com outros: liberais e inclusivamente algumas forças da extrema-direita".
"Portanto, diria até que a presença da presidente da Comissão Europeia na campanha da AD torna mais claro para os portugueses os votos que não lhes servem", disse.
João Oliveira defendeu que Von der Leyen "está por detrás de tantas e tantas decisões, orientações políticas, que têm prejudicado os portugueses, procurando conter os salários, limitar o investimento nos serviços públicos, procurando dificultar o investimento na habitação ou na saúde".
"A senhora Von der Leyen é a personificação de todas essas políticas que têm prejudicado o povo e o país, e portanto a sua presença na AD também mostra aos portugueses que não é na AD, nos liberais, na extrema-direita, nem inclusivamente nos socialistas - que alinharam em muitas circunstâncias com a Comissão Europeia - que está a solução para os problemas", disse, apelando ao voto na CDU.
Von der Leyen é "uma protagonista do grande consenso neoliberal que tem arruinado a vida dos povos na União Europeia", acrescentou.
Nestas declarações aos jornalistas, João Oliveira manifestou ainda "muita preocupação" com a notícia do jornal Expresso de que cerca de 100 trabalhadores da Agência para as Integrações, Migrações e Asilo (AIMA) terão pedido para sair da agência.
O candidato considerou que a situação mostra que "não basta haver reestruturações orgânicas, nomeadamente com a extinção do SEF e a constituição da AIMA", mas é também necessário haver investimento nos recursos humanos e na capacitação técnica, tal como a CDU já tinha alertado.
Por outro lado, João Oliveira defendeu também que estes pedidos de mobilidade demonstram que, para se evitar que os trabalhadores saiam dos serviços públicos, é necessário melhorar as suas condições de trabalho e valorizar as suas carreiras.
O candidato considerou que a situação mostra que "não basta haver reestruturações orgânicas, nomeadamente com a extinção do SEF e a constituição da AIMA", mas é também necessário haver investimento nos recursos humanos e na capacitação técnica, tal como a CDU já tinha alertado.
"Tudo isso vai exigir decisões no plano nacional que vão ter de se confrontar com os condicionamentos e as restrições que nos são impostas pela UE, nomeadamente em nome das novas regras da governação económica aprovada pelo PS, PSD e CDS", disse, acrescentando que vai ser necessária "muita coragem de quem enfrente as restrições e os condicionamentos europeus".
Interrogado se acha que se trata sobretudo de uma questão de reforço dos recursos humanos, João Oliveira respondeu que sim, salientando que os problemas que se tinham verificado no SEF de falta de capacidade de resposta aos processos de regularização de imigrantes se continuam a verificar.