Israel acusa Eslovénia de "recompensar Hamas" ao reconhecer Palestina
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, considerou hoje que a intenção do Governo da Eslovénia de querer reconhecer o Estado da Palestina significa "recompensar o Hamas" e "reforçar o eixo iraniano do mal".
Em causa está o facto do Governo da Eslovénia ter aprovado hoje uma moção de reconhecimento do Estado Palestiniano e ter pedido ao parlamento que faça o mesmo, dois dias depois do reconhecimento por parte de Espanha, Noruega e Irlanda.
"Espero que o parlamento esloveno rejeite esta recomendação", escreveu Israel Katz na sua conta do X (antigo Twitter), citando também o líder da oposição eslovena e ex-primeiro ministro, Janez Jansa, que já questionou a decisão do governo.
Segundo a agência Europa Press, o chefe da diplomacia israelita considera que o passo dado pelo Governo da Eslovénia "prejudica a estreita amizade entre os povos esloveno e israelita", não anunciando quaisquer medidas diplomáticas.
No caso de Espanha, Noruega e Irlanda, que tomaram decisões similares, a reação de Israel foi convocar a consulta dos embaixadores israelitas nesses países, assim como representantes diplomáticos em Telavive.
O primeiro-ministro da Eslovénia, Robert Golob, destacou no final do conselho de Ministros que "o único caminho para a paz é o de dois Estados" e afirmou que, no caso da Palestina, as fronteiras anteriores a 1967 devem ser tidas em conta conta ou qualquer outra delimitação que as partes possam concordar em negociação direta.
O governante, que exigiu um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e a libertação de todos os reféns sequestrados pelo Hamas em 07 de outubro, ressalvou que esta medida "não é contra ninguém", antevendo as críticas de Israel.
A aprovação parlamentar é necessária para que a medida entre em vigor.
A coligação liberal de Robert Golob, no poder, dispõe de uma confortável maioria na assembleia de 90 membros e a votação deverá ser uma formalidade.
Com esta decisão, a Eslovénia torna-se o décimo membro da União Europeia de 27 países a reconhecer oficialmente o Estado palestiniano.
Portugal não faz parte do grupo de países que reconhecem a Palestina como Estado.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos, segundo Israel.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, disse que a ofensiva lançada por Israel depois do ataque já provocou mais de 36.200 mortos e a destruição de muitas infraestruturas do enclave palestiniano.
Pelo menos 81.777 ficaram feridas no território palestiniano devastado, a maioria (cerca de 75%) mulheres e crianças, à medida que os bombardeamentos israelitas prosseguem.