IL admite juntar-se à AD no apoio a von der Leyen, PS está com Schmit
A futura presidência da Comissão Europeia divide as candidaturas portuguesas às eleições europeias, mas a IL admite vir a juntar-se à AD no apoio a Ursula von der Leyen, enquanto o PS está com Nicolas Schmit.
Nesta matéria, o Chega argumenta que "não há ainda candidatos oficiais" e a CDU declara não se rever em nenhum. As restantes candidaturas portuguesas alinham com as escolhas feitas pelos respetivos partidos europeus.
"Qual dos atuais candidatos gostaria de ver assumir a presidência da Comissão Europeia?", foi uma das perguntas incluídas num questionário enviado pela agência Lusa aos cabeças de lista às eleições de 09 de junho para o Parlamento Europeu.
O cabeça de lista da AD (PSD/CDS-PP/PPM), Sebastião Bugalho, disse que a atual presidente da Comissão Europeia, candidata do Partido Popular Europeu (PPE), será "naturalmente apoiada pela AD", e questionou a posição do PS neste processo: "Não assumem o seu voto à recandidatura da nossa candidata. Porquê?"
Sebastião Bugalho alegou que o PS tem feito uma campanha "em torno de elogios às políticas de von der Leyen" em matéria de recuperação económica e aquisição de vacinas.
Pela AD, considerou que a dirigente política alemã, filiada na União Democrata-Cristã (CDU), tem presidido à Comissão Europeia com um "alto desempenho" e "clareza de linhas vermelhas quanto a diálogos" à esquerda e à direita.
"Apoiamos a candidata alemã do ALDE (Aliança dos Democratas e Liberais para a Europa) à presidência da Comissão Europeia, Marie-Agnes Strack-Zimmermann", respondeu o cabeça de lista da IL.
João Cotrim Figueiredo adiantou o que fará a IL se Strack-Zimmermann, filiada no Partido Democrático Liberal alemão, for preterida: "Apoiaremos Ursula von der Leyen, uma decisão que dependerá da sua aliança com o ECR (Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus)".
A cabeça de lista do PS, Marta Temido, apoia o candidato do Partido Socialista Europeu (PSE), Nicolas Schmit, do Partido Operário Socialista do Luxemburgo, que defendeu ser o "mais adequado" para as funções de presidente da Comissão Europeia.
Marta Temido elogiou o modo como Schmit, enquanto comissário europeu para o Emprego e Direitos Sociais, "liderou a resposta à crise económica e social necessária para fazer face aos impactos socioeconómicos da pandemia covid-19".
Pelo BE, Catarina Martins manifestou apoio ao candidato do Partido da Esquerda Europeia, Walter Baier, que é também o presidente desta força partidária europeia e é filiado no Partido Comunista da Áustria.
A cabeça de lista do BE descreveu Walter Baier como alguém que "tem juntado a sua voz à de quem quer uma Europa de paz, com um projeto social de redistribuição e de igualdade e com a coragem para uma transição justa que responda à emergência climática".
Francisco Paupério, que lidera a candidatura do Livre, mencionou que o seu partido participou na eleição dos candidatos dos Verdes Europeus, que foi ganha por Terry Reintke, da Aliança 90/Os Verdes da Alemanha, e Bas Eickhout, da Esquerda Verde dos Países Baixos.
Para o Livre, esta escolha prévia de candidatos que também "são cabeça de lista pelos seus partidos nacionais" e "fazem campanha a nível europeu" é uma demonstração de "transparência e disponibilidade para o escrutínio político".
O PAN, que também integra os Verdes Europeus, expressou preferência por Terry Reintke. É "a candidata que representa os valores que formam o nosso ideário", justificou o cabeça de lista, Pedro Fidalgo Marques.
O cabeça de lista da CDU (PCP/PEV), João Oliveira, declarou que "nenhum dos anunciados 'candidatos' representa uma efetiva mudança face ao rumo neoliberal, federalista e militarista em curso na União Europeia".
António Tânger Corrêa, cabeça de lista do Chega -- força política que no plano europeu integra o Partido Identidade e Democracia -- recusou apontar um favorito segundo este sistema de 'spitzenkandidaten': "Não há ainda candidatos oficiais, só depois disso o Chega irá tomar uma posição".
O sistema de 'spitzenkandidaten', termo alemão para candidatos principais, apresentados previamente por partidos europeus, não é vinculativo. Ursula von der Leyen foi eleita presidente da Comissão Europeia em 2019 sem que tivesse sido 'spitzenkandidaten'.
Formalmente, compete ao Conselho Europeu propor o candidato a presidente da Comissão Europeia, para um mandato de cinco anos, que tem depois de ser aprovado pelo Parlamento Europeu.