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Madeira

Inteligência Artificial traz perigos mas também grandes oportunidades e desafios

Leonel Silva no X Seminário de Educação a decorrer em Câmara de Lobos

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O advento da internet agora impulsionado pela Inteligência Artificial (IA) marcou a intervenção de Leonel Correia Silva, o agora presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos, na abertura do X Seminário de Educação sob o lema ‘Horizontes Educativos: Estratégias para uma Escola transformadora’.

Tendo como palco o Museu de Imprensa – Madeira, o autarca câmara-lobense não deixou de registar que hoje é Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Parte da intervenção baseou-se na imprensa desenvolvida por Gutenberg, e da profunda transformação que operou no seu tempo, para comparar a esta nova que impulsionada com o advento na internet agora começa a ser dominada pela IA.

“Vivemos outra vez um novo tempo de transição”, regista, mas com a ressalva que este novo tempo é algo que não é inédito na história da humanidade.

“Transitamos basicamente dentro de duas galáxias que marcam a evolução da humanidade no Ocidente no contexto da humanidade: a galáxia de Gutenberg, no século XV, e a galáxia da internet, a partir de meados do século XX”, apontou. “Momentos de transição que representam mudanças culturais, sociais, económicas e políticas” e “impactam a nossa forma de viver, de sentir, de raciocinar e de experienciar o nosso quotidiano a relação que temos com os outros”.

Leonel Silva está ciente que “a IA traz perigos e grandes desafios naquilo que particularmente se refere à educação e ao sistema educativo, mas também traz grandes oportunidades”, afirma.

Na opinião do autarca do PSD, “a escola cada vez mais deve-se orientar para deixar de ser, nesta lógica da pós revolução industrial, de produção de mão-de-obra para o mercado de trabalho, para passar a ser um sistema de transformação das pessoas enquanto seres humanos. Deixar de ser de preocupação única e exclusiva economicista – e eu sou liberal e acredito na economia de mercado – mas este novo mundo que se apresenta, estes novos desafios que se colocam, a escola tem que encontrar novos modelos porque os modelos antigos estão esgotados. O mundo novo exigem olhares novos exigem soluções novas”, defende.

Em suma entende que devemos estar “mais preparados para deixarmos de produzir mão-de-obra e estarmos cada vez mais preparados para explorar e conseguir experienciar a individualidade de cada ser humano”. Antevê que com a introdução da IA, será inevitável a renovação dos processos de trabalho através de um sistema de ensino que se foque na capacitação.

Na demorada intervenção proferida no arranque do Seminário de Educação, concluiu que “estamos de facto num momento desafiante para a humanidade, num momento em que o próprio sistema de ensino tem estes horizontes que não sabemos bem para onde é que vamos, mas esta capacidade de esperança, este sonho, esta ideia de que pelo sonho é que vamos, este momento de tecnicidade, do império da máquina e da IA, é este sonho que nos diferencia da máquina”, sublinhou.

Argumentos para voltar a vincar a importância do debate, da troca de ideias e da partilha de conhecimento na procura de contributos para que se venham a implementar novas estratégias no sistema educativo regional, por reconhecer que este continua e continuará a ter papel determinante na formação da pessoa humana.