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Governo açoriano insiste na necessidade de capitalizar a Azores Airlines com privados

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O Governo dos Açores insistiu hoje que a "única maneira de capitalizar" a Azores Airlines é através da entrada de capital privado, prometendo que o novo processo de privatização da companhia aérea vai "avançar rapidamente".

"Não pode haver dinheiro do Estado metido na Azores Airlines. A única maneira de capitalizar a SATA é mesmo a entrada de capital privado. É isso que está no processo de reestruturação e é isso que temos de continuar a promover", afirmou a secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas.

E acrescentou: "Por isso mesmo, a partir do cancelamento do processo, temos de avançar rapidamente para outro processo de privatização que possa estar concluído dentro do prazo que foi determinado pela Comissão Europeia [até 2025]".

Berta Cabral falava na comissão especializada de Economia da Assembleia Regional a propósito do Plano e Orçamento dos Açores para 2024, que vai ser discutido e votado este mês.

A audição aconteceu depois de o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) ter anunciado o cancelamento do concurso de privatização da Azores Airlines para lançar um novo, alegando que a companhia estava avaliada em seis milhões de euros no início do processo e vale agora 20 milhões.

Berta Cabral reforçou a necessidade de a Azores Airlines ser capitalizada e insistiu que o Governo Regional "não pode colocar capitais" sob risco de tal ser considerado uma ajuda de Estado.

"O processo de privatização não decorre por qualquer vontade instintiva nossa, embora entendamos que há matérias, sobretudo as concorrenciais, que devem ser entregues à iniciativa privada, mas há outra razão adicional que é o facto de a empresa precisar de ser capitalizada", realçou, a propósito de uma pergunta do Chega sobre a alienação da transportadora.

Já quando questionada pelo PSD sobre as previsões para a próxima época alta, a governante mostrou confiança no aumento dos indicadores turísticos, mas ressalvou a imprevisibilidade do setor.

"Os dados que temos destes primeiros meses do ano, o crescimento está na ordem dos dois dígitos, 10%, 9% 11%, leva-nos a acreditar -- e é isso que nos dizem também os agentes do setor -- que vamos ter um verão promissor", assinalou.

Sobre a redução da operação da Ryanair, tema suscitado pelo PS, a secretária regional afirmou que "foi muito bom" o Governo dos Açores ter conseguido que aquela companhia "não tivesse ido embora" do arquipélago "porque era essa a intenção".

Berta Cabral adiantou que foi proposto à Ryanair que voasse dos Açores para Charleroi/Bruxelas em detrimento de Nuremberga porque o mercado alemão já está coberto pela operação de Lufthansa e da Azores Airlines.

"A Ryanair com a redução dos seus voos deu oportunidade à Azores Airlines e à TAP de colmatarem completamente o fosso e o espaço deixado. No inverno IATA 2023/24 tivemos mais 1200 passageiros a viajar do continente para os Açores", vincou.

Segundo disse, a secretaria regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas apresenta uma proposta de investimento de 321,8 milhões de euros no Plano e Orçamento para este ano.

Antes, ouvida na comissão de Assuntos Parlamentares de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Berta Cabral (que também tutela a energia) disse que o executivo pretende investir 35,9 milhões de euros no setor da energia.ag