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Regionais 2024 Madeira

Chega votará contra programa de governo se Albuquerque continuar

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Foto NUNO VEIGA

O presidente do Chega, André Ventura, assegurou hoje que se Miguel Albuquerque não for afastado da formação do executivo da Madeira, como o partido tem pedido, dará indicação à estrutura regional para votar contra o programa do Governo.

"O Chega, na minha opinião enquanto presidente do partido, não deve apoiar este PSD com Miguel Albuquerque à frente e deve fazer todo o possível para que o PSD indique outro presidente do governo regional que não esteja envolvido em nenhum caso que levanta dúvidas muito fundadas e claras sobre a gestão do dinheiro da Madeira", afirmou.

André Ventura falava aos jornalistas no início de uma arruada em Beja, iniciativa no âmbito da campanha para as eleições europeias de 09 de junho mas que não contou com a participação do cabeça de lista, António Tanger Corrêa.

O líder do Chega foi questionado várias vezes sobre o sentido de voto da estrutura madeirense do partido quando o programa de governo for votado na Assembleia Legislativa Regional e afirmou que se fosse líder parlamentar na Madeira sua indicação seria "votar contra o programa de Governo".

O presidente do Chega salientou que "os princípios não estão à venda".

Ventura recusou que o Chega seja uma força de bloqueio e considerou que o PSD tem de "desbloquear a situação", indicando outra pessoa para liderar o governo regional da Madeira.

Questionado também sobre os dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), que apontam para um aumento dos crimes de ódio e a ameaça ligada à extrema-direita no ano passado,  o presidente do Chega preferiu destacar o "aumento da criminalidade geral no país", dos crimes sexuais e da "violência associada ao tráfico de drogas e de seres humanos", ligando à "bandalheira das fronteiras".

"Estamos a importar formas de violência que não tínhamos, com muito maior agressividade" de "redes organizadas, que têm muito dinheiro e que estão agora a atuar em Portugal porque sentem que nada acontece em Portugal", defendeu.

Perante a insistência dos jornalistas, André Ventura disse condenar "toda a violência, seja de direita, seja de esquerda" e defendeu que a "polarização política existe hoje mais do que nunca na Europa, e isso aumenta riscos em todos os campos do setor político".

"O que sabemos é que tem havido violência em toda a Europa, quer de esquerda, quer de direita. Em Portugal, sabemos que os crimes sexuais, os crimes com tráfico de droga e os crimes de gangues estão a aumentar. Eu acho que se olharmos para as pessoas cara a cara, elas querem saber é disto, não querem saber dos vossos delírios de violência política", defendeu.

O presidente do Chega foi questionado ainda sobre os buscas nos gabinetes de um colaborador do Parlamento Europeu em Bruxelas e Estrasburgo, no âmbito de uma investigação sobre suspeitas de ingerência russa e corrupção.

Segundo uma fonte próxima do caso, as buscas em curso visam um antigo assistente parlamentar do eurodeputado alemão Maximilian Krah, do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

André Ventura destacou que a pessoa em causa "já não pertence à família política do ID" e alegou que o Chega é o partido português que "mais condenou a Rússia".

"Nós condenamos toda a interferência nas eleições. Espero que ela também não aconteça em Portugal, da mesma forma que espero que não aconteça na Europa. O problema não é só a Rússia, há muitos estados a tentar influenciar eleições e eu espero que todos sejam vistos com a mesma bitola e com a mesma preocupação", alegou, dando como exemplo o Brasil.

O líder do Chega disse também que, na sua opinião, qualquer suspeito de corrupção "era preso hoje, agarrado, arrastado pela rua e posto numa cela".