Madeira sempre à direita
Venceu o PSD e a direita. Miguel Albuquerque foi o rosto desta candidatura
Oito meses depois, a Madeira foi novamente a eleições legislativas regionais. O povo madeirense pronunciou-se naturalmente e em liberdade. É assim em democracia. E todos estamos obrigados a, com grande maturidade, seriedade e responsabilidade, interpretar, perceber e refletir os resultados eleitorais e, acima de tudo, a respeitar a vontade do nosso povo, não permitindo qualquer tipo de manobra patética subversiva.
É, desde logo, absolutamente evidente a tremenda derrota da esquerda na Madeira. O povo madeirense não deu qualquer margem para soluções de esquerda e só um movimento populista, camaleónico, sem identidade, sem ideologia e sem consistência e coerência de pensamento, conseguiu inverter esta tendência, precisamente porque, manhosamente, esconde a sua matriz de esquerda radical. Apresentam-se como “fiscalizadores”, mas, na verdade, mais não são que angariadores de descontentamentos. Não têm projeto político nem têm uma solução transparente, limpa, sustentável e consistente de governação, mas são muito hábeis na capitalização da insatisfação e do protesto que é legítimo em democracia e que não pode deixar de ser também interpretado e refletido. São um partido de protesto e cresceram onde os deixaram crescer. São uma espécie de pequeno “Chega”, mas de esquerda. E não foi por acaso que o líder do PS-Madeira, logo na noite eleitoral, se “apropriou” dos resultados do JPP: “o PS e o JPP têm 20 deputados”, disse. Esconderam do povo madeirense o que se suspeitava: andavam há muito de mãos dadas e tinham já tudo acertado. São iguais.
Foi muito claro o nervosismo do Partido Socialista que, perante uma estrondosa derrota, rapidamente colocou em cima da mesa o pacto escondido que mantinha com o JPP para o assalto ao poder na Madeira, desrespeitando completamente as opções verdadeiras do povo madeirense. Todos sabemos que, para estes partidos, o povo é apenas um meio para satisfazerem os seus apetites de poder. E surgem juntos, num quadro político que lhes é completamente adverso, onde reina a direita, e sem qualquer garantia de entendimento com outras forças partidárias, a tentar desesperadamente lançar uma pressão saloia que nunca poderá vingar. Já o disse e repito: na política, tal como na vida, não pode valer tudo.
Venceu o PSD e a direita. Miguel Albuquerque foi o rosto desta candidatura, com tudo o que isso implica. E a Madeira disse claramente que deve ser o PSD a liderar o Governo da Região Autónoma da Madeira e qualquer plataforma de entendimento parlamentar que o suporte. Temos um Parlamento de direita onde um PS abananado é o que resta da esquerda que ainda se assume. O PSD tem, pois, agora, de assumir, com grande firmeza, a responsabilidade de dar à Madeira essa solução de governação, orientada para a estabilidade política, que, concretizando a vontade do povo madeirense, que temos a obrigação de servir em todos os momentos, continue a assegurar condições de desenvolvimento e de crescimento, mais harmonia e mais qualidade de vida, interpretando sempre os resultados eleitorais, também os protestos, definindo, corrigindo e acertando estratégias, planos e programas, renovando quadros, sempre com grande humildade, pois só assim poderemos continuar a merecer a confiança dos madeirenses.