Candidato do MPT admite que teve "um mau resultado"
O líder e cabeça de lista do Movimento Partido da Terra (MPT), Válter Rodrigues, reconheceu hoje a derrota nas eleições regionais da Madeira de domingo, em que o partido obteve 577 votos, admitindo que "foi um mau resultado".
O PSD/Madeira voltou a vencer no domingo as legislativas regionais sem conseguir, pela terceira vez consecutiva, a maioria absoluta.
Nas eleições de domingo, o MPT obteve 577 votos (0,42%), menos 119 do que em setembro de 2023 e não conseguiu eleger deputados.
Em declarações hoje à agência Lusa, Válter Rodrigues reconheceu que o resultado "foi mau" e felicitou os eleitores e os vencedores nas eleições.
"Foi um mau resultado. Não vamos pôr paninhos quentes. O resultado foi bastante mau. Estávamos à espera de mais, mas a população votou. Lamentamos que haja menos forças políticas na assembleia", disse.
No entendimento do líder do MPT, o mais importante agora é formar Governo, pois tem de haver orçamento.
"Agora é formar Governo e ver no que dá. Não podemos estar mais seis meses sem orçamento. Temos de formar Governo pois tem de haver orçamento para as empresas e para as famílias", sublinhou.
Questionado pela Lusa sobre a vitória do PSD, Válter Rodrigues disse não ter sido uma surpresa, mas "foi uma decisão da população".
"As pessoas votam em quem querem, em quem acham que devem votar. Vivemos numa democracia. Que não era Miguel Albuquerque que precisávamos à frente [do Governo Regional], não era, mas as pessoas decidiram assim e, por isso, dou os parabéns aos votantes, porque a democracia é feita nas urnas", disse.
Sobre o futuro do MPT, Válter Rodrigues diz que ainda vai ser analisado, lembrando que já tinha pedido eleições internas anteriormente.
Nas eleições de setembro do ano passado, o MPT conseguiu 696 votos (0,51%), um resultado acima do alcançado nas eleições regionais de 2019, em que se ficou pelos 507 (0,36%).
O MPT, que já teve um deputado na Assembleia da Madeira, mantinha a meta de regressar no domingo ao parlamento, com o líder a dizer durante a campanha que o partido estava aberto a entendimentos, exceto com o PSD.
As eleições deste domingo foram ganhas pelo PSD, que obteve 36,13% dos votos (49.103) e elegeu 19 deputados, tendo falhado a meta dos 24 para conseguir maioria absoluta.
Seguiu-se o PS com 11 deputados, o JPP que subiu para nove deputados, o Chega conseguiu quatro, o CDS-PP dois e a IL e o PAN elegeram um representante cada.
Na corrida estavam ainda mais cinco forças políticas, que não conseguiram eleger: PTP, Livre, ADN, MPT e RIR.
Catorze candidaturas disputaram os 47 lugares do parlamento regional, num círculo único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorreram oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.