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Falta de coesão social é um problema grave que persiste na sociedade portuguesa

Foto Miguel Figueiredo Lopes/Presidência da República
Foto Miguel Figueiredo Lopes/Presidência da República

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, classificou hoje como um problema grave a "falta de coesão social" que persiste em Portugal 50 anos depois do 25 de abril.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na sessão de encerramento do Congresso do centenário da Confederação Portuguesa de Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, tendo enaltecido o papel destas instituições na sociedade portuguesa em vários momentos de crise.

"Temos falta de coesão social. Cinquenta anos depois do 25 de Abril é um problema grave, e é grave por isto, porque toda a dinâmica associativa, todo o espírito de liberdade e de participação podem ser insuficientes se se acentuarem as clivagens entre os mais novos e os mais velhos. Entre territórios, dentro de territórios, entre as minorias que mais têm e as maiorias que menos têm", disse.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que os 50 anos de Abril mostram que Portugal teve mais conquistas do que fracassos, mais vitórias do que derrotas, mas que manteve uma derrota permanente e persistente, a da pobreza e das desigualdades.

"E essa persistência é um problema da sociedade portuguesa", referiu.

O Presidente da República, que hoje condecorou o presidente da Confederação Portuguesa de Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto, com o grau de Comendador da Ordem do Mérito, destacou, na sua intervenção sobre o papel das coletividades, que as mais de 30 mil coletividades associadas constroem a coesão e a inclusão social todos os dias.

"É a maior rede social do país. Nos períodos de crise, na crise da Troika, na crise da pandemia, na crise depois e durante estas guerras que persistem no mundo, deve-se a essa rede o papel de construir todos os dias a coesão e a inclusão social, de combater o isolamento, de manter a saúde e o bem-estar, de olhar para as pessoas e para as comunidades, de trabalhar pela democratização do acesso ao desporto e do acesso à cultura", disse.

Este é, para Marcelo Rebelo de Sousa, um trabalho insano, merecendo por isso a gratidão de todos os portugueses.