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Autoridade Nacional Palestiniana denuncia "crimes atrozes" contra prisioneiros

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O Ministério de Prisioneiros e Ex-detidos da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) denunciou hoje "crimes atrozes" cometidos por Israel contra os presos e detidos na Faixa de Gaza "com tortura e espancamentos" em prisões e centros secretos israelitas.

"Os detidos [de Gaza] estão a ser transferidos para centros de detenção secretos, como o de 'Sde Taman' no Neguev [sul de Israel], conhecido pelo tratamento duro a que são submetidos os prisioneiros, para além de todo o tipo de torturas severas e sistemáticas", alertou hoje a ANP em comunicado.

Nesta nota, acusa os serviços de segurança de Israel de submeter os detidos a "todo o tipo de torturas" durante os interrogatórios com o objetivo de obter informação, rejeitando qualquer solicitação de visita de organismos humanitários, como o Comité Internacional da Cruz Vermelha.

"A ocupação impõe condições extremamente cruéis e criminosas, violando assim todas as normas e leis internacionais", lamenta o ministério.

O organismo conclui pedindo a abertura de uma investigação internacional sobre "os crimes de Israel contra prisioneiros indefesos" e que se exerça pressão para que advogados, instituições e organismos possam visitá-los e ver as condições em que se encontram.

"Fazemos um apelo à comunidade nacional palestiniana e aos vários setores e segmentos do nosso grande povo para que apoiem e cuidem das famílias dos prisioneiros e dos seus filhos e os apoiem à luz destas duras condições em que vive o nosso povo sob genocídio", acrescenta o comunicado.

O Ministério da Saúde do Hamas anunciou hoje um novo balanço de 35.903 mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano, a 07 de outubro de 2023.

No espaço de 24 horas, foram registadas pelo menos mais 46 mortes, segundo um comunicado do ministério, que informou também que 80.420 pessoas ficaram feridas em mais de sete meses de guerra.

O conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de outubro de 2023, e causou cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, segundo dados oficiais israelitas.

Nesse dia, 252 pessoas também foram feitas reféns e enviadas para o território palestiniano. Atualmente, 121 pessoas permanecem retidas em Gaza, dos quais 37 já estarão mortas, segundo o Exército de Telavive.

Em resposta, as forças militares israelitas desencadearam uma ofensiva devastadora na Faixa de Gaza, onde o Hamas, classificado como "organização terrorista" por Israel, União Europeia (UE) e Estados Unidos, assumiu o poder em 2007.

Israel, Estados Unidos e Qatar concordaram hoje retomar as negociações para uma trégua com o movimento Hamas e as conversações deverão ser retomadas na próxima semana.