Abriu esta manhã, na Praça do Povo, no Funchal, a 11.ª Madeira Classic Car Revival, a maior mostra anual de veículos clássicos do nosso arquipélago, que se prolonga até 19h00 de amanhã. Há 515 carros, motos e bicicletas em exposição. Estão agrupados por marcas e origens, com uma secção destacada para os carros mais antigos e outra para os nove veículos que foram restaurados no último ano, sendo que estes últimos concorrem ao prémio de melhor restauro. O júri desta iniciativa do Clube de Automóveis Clássico da Madeira, apoiada pela Secretaria do Turismo, vai ainda atribuir prémios nas categorias Elegância e Originalidade.
Há três carros que se destacam entre o meio milhar em exposição. A maior estrela é o Lamborghini Miura P400 SV, que está à entrada do recinto, na Avenida do Mar. Considerado o primeiro supercarro do Mundo, este desportivo saiu da fábrica em 1971, tem 3.299 de cilindrada, 385 cavalos de potência e pode atingir 290 quilómetros/hora e está avaliado em três milhões de euros. Foi um dos dois carros que vieram do continente, através de uma parceria com o Museu do Caramulo, propositadamente para participar nesta edição do Madeira Classic Car Revival.
O outro carro que veio de fora é um Ford A Roadster, fabricado em 1933 e que participou em provas desportivas nos circuitos da Boavista, Estoril e Campo Grande. Ao longo dos anos foi sujeito a algumas modificações. Pertence a um casal de coleccionadores da cidade do Porto. Há poucas semanas participou numa prova desportiva em França. Está em exibição na rampa instalada no centro da Praça do Povo.
O terceiro carro em destaque é um Le Zebre, de 1910. É o automóvel mais antigo da mostra e foi comprado há dois anos em França pelo coleccionador madeirense Herberto Mendes. Apesar da idade, é um automóvel que ainda sobe a Encumeada. Garantia do seu proprietário.
Estas e outras antiguidades atraíram muitos madeirenses e turistas à Praça do Povo, onde foi recriado um ambiente 'retro', com personagens a lembrar outras épocas, incluindo um polícia sinaleiro.
Satisfeito com a receptividade, o secretário regional Eduardo Jesus referiu que há um segmento específico de turistas que viajam para este tipo de eventos, que estão concentrados na Europa, Ásia e EUA. O governante considera que "o gosto pelos carros antigos e das motas antigas é transversal ao madeirense". Há vários motivos que explicam essa "ligação muito forte" aos mundo dos clássicos: por vivermos numa ilha, os proprietários tendem a alongar o mais possível o período de vida útil dos veículos; a insularidade favorece a retenção dessas antiguidades no nosso território; e "há um gosto que é comum a toda a gente, que é preservar e manter a experiência de conduzir máquinas dos outros tempos".
Na abertura desta 11.ª Madeira Classic Car Revival esteve também o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, que destacou a importância deste evento para a valorização do património automóvel regional. "A exposição está magnífica. Está muito bonita. Acho que é um orgulho termos este património na Madeira", comentou o chefe do executivo.
O presidente do Clube de Automóveis Clássico da Madeira, Miguel Gouveia, realçou que "não era possível fazer um evento deste género e com este impacto sem o apoio fundamental do Governo Regional". "Isto já é um cartaz turístico da Madeira. Daquilo que me vou apercebendo, já há muitas pessoas do continente e alguns estrangeiros que marcam férias não só para a Festa da Flor como também para virem a esta exposição, porque são amantes dos automóveis", completou.
Alguns destes veículos participam na próxima quarta-feira na Rampa dos Barreiros.