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Madeira

“Falta deixar descansar quem já muito trabalhou”

Reforma antecipada e harmonização da carreira são grandes reivindicações dos professores

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Presidente do Sindicato dos Professores da Madeira quer estudo sobre desgaste dos docentes se traduza em medidas concretas

Para Francisco Oliveira, presidente do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM), é importante que o ‘Estudo sobre o envelhecimento e o desgaste dos docentes da RAM’, realizado por uma equipa do Instituto Superior Técnico de Lisboa, e hoje apresentado, deve traduzir-se em medidas concretas.

Defende, nomeadamente, que haja uma harmonização da carreira docente, “que significa que todos [os professores] estariam onde deveriam estar, de acordo com os mesmos critérios”. Algo que, segundo o sindicalista, não aconteceu apesar da recuperação do tempo de serviço na Região.

"Foi muito importante a recuperação do tempo de serviço. Veio repor muita justiça aqui na Madeira], mas continua a a haver muitas injustiças", sustenta.

Por outro lado, e face ao corolário do estudo, que aponta para uma classe docente desgastada, deixa o apelo: “Falta deixar descansar quem já muito trabalhou”.

Neste seguimento, o SPM defende que a Assembleia da República deveria aprovar a reforma antecipada para os professores e, a nível regional, "procurar que o Governo Regional tome medidas que atenuem o desgaste, enquanto não for possível a aposentação".

Francisco Oliveira adiantou ainda que, "imediatamente após a tomada de posse dos nossos governantes", na sequência das Eleições Regionais de domingo", irá entregar o estudo ao novo executivo regional.

O estudo, coordenado por Henrique Oliveira, partiu de uma decisão da direcção do SPM, com o objectivo de conhecer, a fundo, a realidade regional, assentando nas respostas de cerca de 1.300 docentes de todas as escolas da RAM.

Professores muito cansados ou à beira do colapso

Bom dia. Fique a conhecer os principais temas que marcam o seu DIÁRIO de hoje.

Conforme avançou o DIÁRIO, na edição impressa de 24 de Maio, algumas das principais conclusões deste estudo apontam para uma classe em que tem uma média de idades superior a 50 anos com elevados índices de desgaste e burnout, com agravamento do risco de esgotamento emocional a partir dos 45 anos.

Por outro lado, há uma grande insatisfação profissional: 55 por cento dos professores não recomendaria a profissão a amigos e 73 por cento sentem-se frustrados por não conseguirem acompanhar individualmente os alunos/ crianças.