Homem insulta juiz que o condenou a 12 anos de prisão por ataque ao Capitólio dos EUA
Um homem de Nova Jersey que atacou repetidamente polícias durante a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos, em 2021, foi condenado esta sexta-feira a 12 anos de prisão por um juiz que o considerou "uma ameaça para a sociedade".
Christopher Joseph Quaglin discutiu e insultou o juiz distrital dos EUA, Trevor McFadden, antes e depois de o magistrado lhe ter proferido uma das sentenças de prisão mais longas, entre as centenas de casos relacionados com o ataque de 06 de janeiro de 2021, no Capitólio.
"Você é o pior erro de Trump em 2016", frisou Quaglin a McFadden, juiz que foi nomeado para o tribunal pelo então Presidente republicano Donald Trump, em 2017.
Quaglin, de 38 anos, juntou-se à multidão de apoiantes de Trump que invadiu o Capitólio, ferindo um polícia quando este o derrubou. Quaglin agrediu outros polícias com escudos policiais roubados, objetos de metal e gás pimenta.
"Que indignação. Que vergonha", frisou o juiz.
Quaglin reclamou das condições da sua prisão e promoveu teorias da conspiração sobre o ataque de 06 de janeiro durante os seus depoimentos em tribunal. Também discordou de rotular o ataque de 06 de janeiro como uma insurreição.
"Se eu quisesse provocar uma insurreição, teria levado uma arma longa", sublinhou.
O juiz, que o interrompeu após vários minutos, disse a Quaglin que os seus comentários combativos eram uma "péssima ideia" antes da sentença.
"É um tribunal canguru", respondeu Quaglin.
A advogada de defesa, Kristi Fulnecky, afirmou que Quaglin recebeu tratamento médico inadequado enquanto esteva preso nos últimos três anos.
Os procuradores pediram 14 anos de prisão para Quaglin, considerando que foi um dos manifestantes mais violentos de 06 de janeiro, quando uma multidão de apoiantes de Donald Trump tentou impedir a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden.
Aproximadamente 1.400 pessoas foram acusadas de crimes federais relacionados com os distúrbios no Capitólio. Quase 900 foram condenados, tendo cerca de dois terços recebido penas de prisão que variam entre alguns dias e 22 anos.
Apenas sete acusados pelo motim do Capitólio receberam uma sentença de prisão mais longa do que Quaglin, de acordo com uma análise da agência Associated Press (AP) de registos do tribunal.