IL rejeita acordos admitindo apenas negociar "caso a caso"
O cabeça de lista da IL às eleições regionais da Madeira voltou hoje a rejeitar acordos com outras forças políticas, afirmando que o partido está disponível para negociar "caso a caso" e aprovar medidas que visem o desenvolvimento da região.
"Estamos prontos a negociar medidas concretas e relevantes de maneira a fazer com que o empoderamento e o desenvolvimento na região seja uma realidade", disse Nuno Morna, em declarações aos jornalistas, no último dia de campanha eleitoral.
Ainda segundo Nuno Morna, a IL está disponível para analisar "caso a caso, ponto a ponto, decreto a decreto, Programa de Governo a Programa de Governo".
A caravana da IL partiu dos jardins junto ao teleférico, no Funchal, para a última arruada da campanha, acompanhada de uma pequena banda e de alguns militantes e apoiantes, distribuindo folhetos, canetas e 'pins'.
Nuno Morna disse que de um lado está uma coligação de esquerda, que inclui PCP e BE, pelo que acordos estão "completamente fora de hipóteses".
Já do outro lado, continuou, "a única coisa que se prefigura é uma 'Cheguingonça'", referindo-se a uma coligação do PSD e do Chega, rejeitando também esse cenário.
Sobre as declarações do presidente demissionário do Governo Regional e recandidato, Miguel Albuquerque, que afirmou na quinta-feira que sem um governo estável liderado pelo PSD "toda a gente vai pagar caro", o coordenador da IL/Madeira considerou que é uma forma de condicionar o voto.
"Mas, isso acho que toda as pessoas percebem, os madeirenses já não precisam que a gente os condicione dizendo se vão pagar caro ou pagar barato, vão pagar aquilo que acharem que têm de pagar. Não podemos continuar a ser menorizados com declarações deste tipo", defendeu Nuno Morna, o único deputado eleito pela IL nas regionais de setembro do ano passado.
E questionou: "Nós estamos neste momento de grande instabilidade motivado pelo quê? Pela estabilidade do Governo? O Governo caiu por alguma razão".
"E também não podemos continuar a permitir que se condicione a decisão das pessoas em função de maiorias, há governos minoritários pelo mundo inteiro que funcionam muito bem, há é que saber governar. Ou se sabe governar com as ferramentas que temos ou então não se sabe e dê-se lugar a outros", realçou.
As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.