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Regionais 2024 Madeira

JPP rejeita acordos com PSD e diz que partidos "são todos iguais"

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O cabeça de lista do JPP às eleições regionais da Madeira reafirmou hoje que não faz acordos com o PSD, acrescentando que, quanto aos outros partidos, "são todos iguais" e ainda não clarificaram se acolhem as exigências do partido.

A candidatura do Juntos Pelo Povo esteve hoje, no último dia de campanha eleitoral para as regionais antecipadas de domingo, numa ação de contacto com a população, percorrendo várias ruas do centro do Funchal.

Élvio Sousa, o cabeça de lista, voltou a ser questionado sobre o que pode a população esperar do JPP depois de domingo, no que diz respeito a acordos com outras forças políticas, tema que tem sido repetido ao longo de toda a campanha.

Interrogado se equaciona "sentar-se à mesa" com o cabeça de lista do PS, Paulo Cafôfo, o candidato do JPP escusou-se a falar de cenários.

"Não falamos de cenários porque não sabemos o que é que vai acontecer, mas já falámos claro e que isto fique mais uma vez sublinhado: nós não fazemos acordo com o PSD e com Miguel Albuquerque", assegurou.

Quanto aos outros partidos, Élvio Sousa disse que antes de qualquer aliança é necessário "saber os propósitos do adversário".

"E, neste momento, os outros adversários nunca nos disseram se estão interessados em assumir, em adotar os eixos do JPP, a agenda reformista", apontou, enumerando a redução da despesa, da estrutura governativa e do custo de vida, assim como um 'ferry' entre a Madeira e o continente como algumas das exigências do partido.

"Os partidos não falam porque são todos iguais, peço desculpa pela frontalidade, mas são todos iguais", reforçou.

O secretário-geral do JPP e líder parlamentar na Assembleia Legislativa Regional pediu confiança ao eleitorado e realçou ainda que é possível governar com maioria relativa.

"Temos vindo a provar que o poder económico domina o poder político, e a nós ninguém nos manda, [...] e eu acredito que, se não for no domingo, vai ser em pouco tempo [que] vamos governar a Madeira. Mas, não governamos a Madeira ao preço desses senhores, porque não vamos ser cúmplices do custo de vida, não vamos ser cúmplices destas listas de espera infernais que nunca mais acabam", frisou.

As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.