Miguel Castro diz que maioria de direita no parlamento não significa governo maioritário
O cabeça de lista do Chega às eleições regionais da Madeira, Miguel Castro, disse hoje acreditar que haverá uma maioria de direita no parlamento, alertando que isso não significa um governo maioritário.
"O que os madeirenses nos têm pedido e que nós sentimos [...] é que querem que o Chega seja o adulto na sala, seja um partido que tenha a responsabilidade de fiscalizar, por um lado, e de obviamente não deixar a esquerda entrar na Madeira, por outro", afirmou Miguel Castro.
O cabeça de lista do Chega falava aos jornalistas, no Funchal, durante uma arruada, no último dia de campanha para as regionais de domingo, acompanhado do presidente do partido, André Ventura.
Com bandeiras do Chega, de Portugal e da região autónoma, a caravana do Chega percorreu o centro do Funchal, ao som de tambores, cânticos e palavras de ordem, pedindo um voto no partido e em Miguel Castro.
O protagonista da última arruada da candidatura foi novamente André Ventura, a quem as pessoas foram transmitindo palavras de força, às quais se somaram os pedidos de fotografias, sobretudo de jovens e adolescentes.
Para Miguel Castro, o protagonismo dado a Ventura "é positivo" e a sua presença na campanha eleitoral uma "mais-valia".
"Eu não me sinto, de todo, menorizado por isso, sinto-me orgulhoso", acrescentou o líder do Chega/Madeira, eleito deputado nas últimas eleições regionais.
O candidato salientou que os madeirenses é que decidirão e terão a "consciência de ver se querem realmente que a Madeira vire à esquerda, com uma geringonça à esquerda, [...] ou querem um governo de direita minoritário, mas que seja de alguma forma fiscalizado pelo Chega".
"Esta poderá ser a solução que encontraremos na Madeira", afirmou, admitindo que se poderá abster na votação do Programa do Governo e no Orçamento Regional, uma posição que só será decidida depois de analisados os documentos.
"Existirão várias forças políticas no parlamento regional e não terá que ser o Chega a aprovar um governo de direita ou de esquerda. Depois vamos ver o sentido de voto, vamos ver os programas", reforçou.
As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.