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Regionais 2024 Madeira

Candidato centrista diz que "nunca foi tão fácil" separar o CDS do PSD como agora

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O cabeça de lista do CDS-PP às eleições de domingo na Madeira, José Manuel Rodrigues, afirmou hoje que "nunca foi tão fácil" separar os centristas dos sociais-democratas como agora, apesar da coligação de governo em vigor desde 2019.

"O CDS fez uma aliança com o PSD para dar governabilidade e estabilidade política à Madeira. O líder do PSD e presidente do Governo [Miguel Albuquerque] foi vítima de um processo judicial que está em curso. Vamos sozinhos às eleições, com listas próprias, e somos um partido alternativo para a governação da Madeira, na certeza, porém, de que, no pós-eleições, se o CDS não as ganhar, o CDS não fará coligações de governo com nenhum partido político, nem com o PSD", declarou.

José Manuel Rodrigues, também presidente da Assembleia Legislativa regional, cargo que ocupa desde 2019 no âmbito do executivo PSD/CDS-PP, agora em gestão, falava aos jornalistas no decurso de uma ação de campanha no Mercado dos Lavradores, no centro do Funchal, um dos locais mais populares e turísticos da capital madeirense.

O candidato explicou que "nunca foi tão fácil separar o PSD do CDS-PP" como agora, tendo em consideração que as pastas que os centristas tutelaram no executivo de coligação -- Economia, Mar e Pescas -- sinalizam "excelentes resultados", ao passo que a área social, sob a responsabilidade dos social-democratas, regista, segundo indicou, 73 mil pessoas em risco de pobreza, 19 mil trabalhadores cujo salário não cobre as despesas básicas e 13 mil reformados com pensões à volta dos 300 euros.

"E mais, se houve um processo judicial, também não pagamos os pecados de outras pessoas", reforçou.

José Manuel Rodrigues, também líder regional dos centristas, reiterou que o CDS-PP é um "porto seguro" para os que estão "zangados com as desorientações e os desatinos do PSD", bem como para os "descontentes com as divisões internas do Partido Socialista" e os que estão "fartos e cansados" da demagogia do Chega e dos populismos do JPP.

O cabeça de lista destacou, por outro lado, o facto de o CDS-PP ser o único partido na região que tem experiência como oposição e como governo, garantindo que o desempenho foi exemplar nos dois lados.

José Manuel Rodrigues expôs, uma vez mais, qual será a posição do partido após o resultado eleitoral de domingo.

"O CDS-PP, como partido responsável, está disposto a entendimentos no parlamento para viabilizar um governo, viabilizar um orçamento, na base também da discussão de medidas que serão propostas pelo CDS, quer na economia, quer no social, quer na reforma do sistema político regional", explicou, reiterando que não fará acordos de governo com nenhuma força política, nem à direita, nem à esquerda.

As legislativas de domingo da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.