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Regionais 2024 Madeira

Ventura diz que PSD não vai ser "dono do jogo" e quer Chega como peça central

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O líder do Chega, André Ventura, afirmou hoje que o PSD não vai ser "o dono do jogo" nas eleições regionais da Madeira de domingo e disse esperar que o seu partido seja uma "peça central" da governação.

"Parece-me evidente, cada vez mais, que o PSD já percebeu que não vai vencer estas eleições na dimensão em que tem vencido e que não vai ser o dono da bola, o dono do jogo nestas próximas eleições", realçou André Ventura.

O líder do Chega falava aos jornalistas numa arruada, no Funchal, no último dia de campanha eleitoral para as eleições regionais de domingo, acompanhado do cabeça de lista, Miguel Castro, e de outros dirigentes nacionais e regionais do partido.

Defendendo que a escolha dos eleitores é entre o PS e o Chega, André Ventura disse esperar que "haja uma força muito grande para que o Chega se torne a peça central da governação e a peça central da definição legislativa da região".

O líder do Chega voltou, por outro lado, a repetir que não fará um acordo com o presidente demissionário do Governo Regional e recandidato do PSD às eleições, Miguel Albuquerque, "que tem feito chantagem atrás de chantagem".

"Miguel Albuquerque diz tudo e o seu contrário, diz que está disponível a governar com todos, hoje li que também estaria disponível com o JPP, portanto é uma espécie de querer manter-se no poder a todo o custo, não é bom para a democracia, não é um bom exemplo", criticou.

André Ventura rejeitou igualmente acordos com o PS, mas admitiu que se o presidente do Governo Regional não for Miguel Albuquerque "isso já outra questão".

"Nós não pactuamos com corrupção, nós não pactuamos com coisas mal explicadas e, neste momento, Miguel Albuquerque tem muitas coisas mal explicadas", insistiu.

André Ventura disse também reconhecer que "ninguém quer andar em eleições de seis em seis meses", assegurando que o partido assume "esse sentido de responsabilidade", mas repetiu que não cede em "matérias fundamentais", como o combate à corrupção.

"Há uma coisa que nós podemos dizer aos madeirenses e porto-santenses: não vão ficar sem governo, vai haver governo, e vai haver um governo que funcione no que depender do Chega. Se os outros não estiverem empenhados nisso, mas apenas em salvarem-se a si próprios [...], então não estão a prestar um bom serviço à democracia, estão a prestar um bom serviço a eles próprios", declarou.

Questionado se não tem confiança no cabeça de lista do Chega/Madeira, tendo em conta que tem sido uma presença assídua na campanha regional, André Ventura rejeitou essa ideia, defendendo que são eleições "mesmo importantes" e que é seu dever estar ao lado dos candidatos.

"Se outros se sentem confortáveis em Lisboa hoje, enquanto se encerra uma campanha tão importante como esta, isso já não é comigo, é com os outros partidos", reforçou.

O presidente do Chega falou ainda da redução do IVA da eletricidade, hoje aprovada na Assembleia da República, para acusar a Aliança Democrática de hipocrisia, argumentando que "diz uma coisa na oposição e quando vai para o Governo faz outra".

As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.