DNOTICIAS.PT
Regionais 2024 Madeira

PAN confiante em reeleição rejeita acordos de apoio parlamentar

None

A cabeça de lista do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) às regionais na Madeira considerou hoje ter feito uma campanha eleitoral "limpa", tem a expectativa de "manter a representação" no parlamento insular, mas recusa qualquer apoio de incidência parlamentar.

"Neste último dia de campanha estamos orgulhosos e satisfeitos de todo o trabalho que fizemos ao longo destas duas semanas com a equipa que temos, com os recursos que temos. Demos sempre o melhor de nós", disse Mónica Freitas à agência Lusa no último dia da campanha eleitoral das legislativas antecipadas de domingo.

Segundo a deputada, esta força política fez "uma campanha limpa, muito à PAN", apostando no "contacto direto com a população nas diversas freguesias e dando sempre relevância também a zonas que normalmente são mais esquecidas".

A eleita do PAN, com quem o PSD assinou um acordo de incidência parlamentar para assegurar a maioria absoluta da coligação que tinha com o CDS-PP, considera que o "feedback" do trabalho desenvolvido nas duas últimas semanas "tem sido sempre positivo".

"Temos sido sempre muito bem recebidos, as pessoas ouvem e muitas vezes é que vêm até nós e nos abordam. Reconhecem o trabalho que o PAN fez nesta legislatura" que durou apenas seis meses, disse a candidata.

Mónica Freitas afirmou que este facto deixa a candidatura "com boas expectativas, com esperança" de poder "manter a representação parlamentar e continuar a dar voz às causas" do partido.

"Porque o PAN, sem dúvida, tem sido um partido que tem marcado pela diferença e ficamos muito contentes de ver que há muitas pessoas que reconhecem isso", complementou.

A deputada - que retirou a confiança política ao líder do PSD, Miguel Albuquerque, quando este foi constituído arguido numa investigação sobre indícios de corrupção, em janeiro, o que pôs em causa a maioria absoluta da coligação PSD/CDS e levou à demissão do Governo Regional - destacou que o resultado das últimas eleições nacionais permite aferir que o PAN conseguiu manter o seu eleitorado.

Por isso, a perspetiva é "conseguir manter a representação parlamentar e continuar, pelo menos, com uma voz ativa do PAN no parlamento regional", enfatizou.

Mónica Freiras frisou que "o PAN não voltará a fazer um acordo de incidência parlamentar com o PSD", sendo esta uma posição coerente com a decisão que o partido tomou em janeiro.

"Tem sido isso que temos vindo a dizer sempre, é essa a nossa posição, foi essa a decisão que tomámos em janeiro de 2024 quando decidimos retirar a confiança política a Miguel Albuquerque face a tudo o que aconteceu relativamente ao processo judicial", mencionou.

A porta-voz do PAN na Madeira adiantou que, "por isso, não faria sentido num cenário pós eleições, sendo a mesma pessoa à frente, fazer um acordo".

Sobre uma possível coligação PSD/Chega, que tem vindo a ser falada, Mónica Freitas realçou que a aprovação de um Programa de Governo e Orçamento Regional num cenário desses é "algo que terá que ser analisado".

"Nós também nunca seremos um partido que irá inviabilizar só porque sim. Nunca seremos oposição pura e dura. Nós temos algumas linhas vermelhas, temos princípios e valores dos quais não abdicamos e muitos deles completamente contrários àqueles que defende o Chega", destacou.

A candidata acrescentou que terão de ser analisadas todas as propostas que forem apresentadas, indicando que o PAN fará um "trabalho de construção de forma séria e responsável até porque a Madeira continua sem orçamento".

"Nós também temos essa consciência e, portanto, o nosso trabalho será sempre colocando em primeiro lugar as pessoas e o bem estar da população", concluiu.

As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.