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Regionais 2024 Madeira

PSD pede maioria para garantir um governo estável

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O balanço à campanha do PSD tem por base o cenário em que o Albuquerque partiu para estas eleições.

As eleições do próximo domingo, as terceiras ‘regionais’ antecipadas desde 1976 – as outras foram em 2007 e 2015 – resultam da queda do Governo Regional, com a demissão de Miguel Albuquerque na sequência da operação da PJ e do Ministério Público, em Janeiro, relacionada com um caso de suspeitas de corrupção, motivado por denúncia anónima e em que foi constituído arguido.

Antes de serem convocadas eleições antecipadas, ainda houve as legislativas nacionais em que a coligação PSD/CDS ganhou, na Madeira, com uma vantagem de mais de 20 mil votos para o PS. Uma vitória que não impediu que o Presidente da República convocasse eleições, contrariando as garantias de estabilidade governativa oferecidas por Albuquerque.

Foi neste cenário, depois de umas eleições internas no PSD-Madeira muito disputadas em que venceu com 55% dos votos contra 45% de Manuel António Correia, que Miguel Albuquerque arrancou para esta campanha.

E arrancou em força. O PSD-Madeira mobilizou a estrutura, sobretudo a afecta a Albuquerque, e fez o que melhor sabe: ir para o terreno, para o porta-a-porta que permite contacto directo com os eleitores.

As estruturas concelhias ‘laranja’, mesmo as que não estariam mais próximas do líder, foram para a rua e foi visível o empenho social-democrata.

Todo o partido sabe que estas eleições são, quase de certeza, as mais difíceis de sempre, desde logo para incerteza sobre o efeito que terá o processo do Ministério Público contra Albuquerque – continua sem qualquer evolução – e o facto de, desde 2015, os social-democratas não conseguirem uma maioria absoluta nas eleições regionais.

A estratégia foi clara, ainda antes da campanha oficial já Albuquerque alertava os madeirenses para os riscos de, se o PSD não conseguir uma maioria para governar, a instabilidade poder provocar efeitos muito negativos na economia e na vida das pessoas.

“Estabilidade” e “governabilidade” foram palavras repetidas, todos os dias, tanto nas acções de campanha como nas visitas a empresas, neste caso na qualidade de presidente do Governo Regional.

"Se não conseguirmos um governo estável, toda a gente vai pagar caro" Miguel Albuquerque, líder do PSD-Madeira

O PSD avança com um programa eleitoral que é a continuação daquela que foi aprovado, pelos madeirenses, em Setembro do ano passado. O que já não vai é acompanhado pelo CDS, parceiro na coligação que suportou o actual governo e foram precisamente os possíveis acordos pós-eleitorais que também marcaram todas as acções de campanha.

Como já tinha deixado claro no congresso do PSD-M, Miguel Albuquerque não fechou a porta a nenhum partido. Foi sistematicamente questionado em relação ao Chega, mas não afastou o partido de extrema-direita de qualquer entendimento.

Nem o Chega, nem o Juntos Pelo Povo que, na sondagem DIÁRIO/TSF/Aximage, é a terceira força. Um sinal que também já tinha sido evidente no congresso.

A ‘máquina’ social-democrata esteve no terreno e a campanha culminou, ontem, com uma ‘arruada’ muito participada e um comício, junto à Assembleia Legislativa que foi a maior demonstração de força de qualquer partido nesta campanha.

A sondagem, que colocou o PSD com uma vantagem de quase 18 pontos percentuais sobre o PS e a possibilidade de eleição e 20 deputados – os mesmos que conseguiu nas eleições do ano passado – não permite euforias, mas é um estímulo importante.