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Regionais 2024 Madeira

Será este o momento do JPP?

Élvio Sousa e o seu Juntos pelo Povo (JPP) poderão conquistar este domingo não só a maior vitória do partido ‘made in Madeira’ em eleições Regionais, mas também a mais expressiva conquista de novos mandatos entre as 14 candidaturas que disputam a eleição para a Assembleia Legislativa da Madeira

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Há oito meses, a 24 de Setembro, o JPP foi a terceira força política mais votada, elegendo cinco deputados resultado dos 14.933 votos obtidos (11,03%). Esteve a dezenas de votos de alcançar o sexto mandato. A sondagem de ontem da Aximage para o DIÁRIO e TSF-M indica que o JPP regista a maior subida, podendo eleger 8 deputados

É grande a expectativa no seio do JPP relativamente ao ‘peso’ do resultado a sair das eleições Regionais deste domingo. Sendo expectável que venha a conquistar o melhor resultado de sempre – JPP concorre às Regionais desde 2015 -, mais que o previsível reforço no número de mandatos, ‘grande vitória’ para a candidatura encabeçada por Élvio Sousa seria atingir resultado que permitisse determinar e/ou influenciar a composição de futuro governo.

Sanado o alegado conflito familiar, com a reintegração do irmão Filipe Sousa, presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, agora em 2º lugar da lista – nas Regionais de 2023 preteriu o 5º lugar que lhe fora oferecido – o JPP quer afirmar-se como terceira força política e encurtar distâncias para aquele que não tem passado de principal partido na oposição, o PS.

Durante o período de campanha eleitoral Élvio Sousa assegurou que “não há nenhum acordo com Miguel Albuquerque, nem há nenhum acordo com o PSD, nem com qualquer outro partido”. Para o JPP, este domingo deve ser encarado como “o dia do julgamento final. Miguel Albuquerque tem que ser castigado, não é com pedras nem com paus, é no voto”, sentenciou no início desta semana, numa acção de campanha levada a cabo na Universidade de Madeira, no Tecnopólo.

De resto o JPP tem procurado rentabilizar a ideia que é a força política que melhor oposição faz dentro e fora do Parlamento Regional. Na Assembleia Legislativa, sob a liderança de Élvio Sousa, tem assumindo um papel fiscalizador da actuação do Governo Regional.

Das muitas acções levadas a cabo nesta campanha, o JPP acaba de publicar as despesas de Calado ao Reino Unido, e de acusar Albuquerque de estar a enganar os bananicultores e de mentir descaradamente em matéria de habitação. Denunciou que estão 37 mil madeirenses em lista de espera para consulta, que os madeirenses pagam mais 3 milhões de euros de gás que os açorianos, enquanto defende que as concessões às IPSS têm de ser investigadas, por melhores condições para as ajudantes domiciliárias e propõe para pensionistas e reformados complemento de 150 euros. Promete também, se for governo, ferry a atracar no Porto do Funchal

Para o JPP a saúde não responde às reais necessidades das pessoas e há uma notória incapacidade política para introduzir as medidas que são reclamadas, prometidas e permanentemente adiadas há anos. Considera que a Agricultura e as Pescas definham, e que a Transição Digital é uma ficção. O mesmo em relação ao combate às Alterações Climáticas, que para o JPP não passa de uma narrativa propagandística.

Em relação às Pessoas, lamenta que as mais idosas tenham de sobreviver com pensões miseráveis. Preocupação também com a juventude, a mais bem qualificada de sempre, que não encontra futuro na sua própria terra. Na Educação, denuncia que a formação profissional e a aquisição de novas competências deixaram de ser prioridade. A falta de Habitação, consagrada como um direito constitucional, associada à especulação imobiliária, aos baixos salários e aos juros altos, é hoje um dos maiores obstáculos para os casais jovens. Para o JPP a Inflação galopante não conhece qualquer medida implementada pelo Governo Regional, apesar de todos reconhecerem que a situação tem empurrado a classe média para a fronteira da pobreza. Critica também a base da Economia, que diz assentar nos mesmos pressupostos dos últimos 45 anos, que são o turismo, o comércio e serviços e as obras públicas.

Depois de surpreender nas regionais de 2015, ao conseguir eleger na sua estreia cinco deputados, o JPP afirma-se agora preparado para ser hipótese de governo. Tanto assim é que Élvio Sousa apresenta-se para estas eleições como candidato a presidente do Governo Regional. Nascido em 19 de Abril de 1973 (tem 51 anos), o candidato, que é arqueólogo de profissão e doutorado, é também o secretário-geral do JPP e nunca militou noutro partido.

Foi presidente da Junta de Freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz, município governado desde 2013 pelo seu irmão, Filipe Sousa, considerado o ‘pai’ desta força política, que começou por ser um movimento de cidadãos.

Foi eleito deputado na estreia do JPP em eleições regionais, em 29 de Março de 2015, ano em que o partido foi validado pelo Tribunal Constitucional, entretanto reeleito em 2019 e 2023.

Também é licenciado em História e mestre em História Regional e Local pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, investigador do Centro de História de Aquém e de Além-Mar, da Universidade Nova de Lisboa, e está ligado ao projecto do Núcleo Histórico do Solar do Ribeirinho, em Machico.

Momento da campanha

“Aquelas lombas todas no Caniço estão uma vergonha”, criticou um aluno universitário residente no Caniço, respondendo a Élvio Sousa, ao ser interpelado por este durante a acção de campanha realizada na Universidade da Madeira, no Tecnopólo.

Frase

“Miguel Albuquerque tem que ser castigado, não é com pedras nem com paus, é no voto”

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