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Regionais 2024 Madeira

Cafôfo acusa Albuquerque de fazer "chantagem" e reitera que PS será governo

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Foto Gregorio Cunha/Lusa

O cabeça de lista do PS às regionais da Madeira, Paulo Cafôfo, afirmou hoje que o principal adversário, Miguel Albuquerque (PSD), tem recorrido à chantagem e ao medo, considerando que "isso já não cola", e reiterou que formará governo.

"A nossa prioridade é efetivamente que esta região e os madeirenses possam ter orgulho na sua Madeira. Perderam o seu orgulho nos últimos meses e o PSD neste momento é instabilidade, nós somos a estabilidade e acreditamos que vamos formar governo a partir do próximo domingo", declarou Paulo Cafôfo, em declarações aos jornalistas, no Funchal.

Neste último dia de campanha eleitoral, os socialistas realizaram uma arruada na Rua Fernão de Ornelas, uma das mais movimentadas do Funchal, onde Paulo Cafôfo fez o que tem sido habitual. Distribuiu flores, deu beijinhos, abraços e manifestou à população confiança de que o PS desta vez vai vencer.

O candidato socialista percorreu aquela rua acompanhado de uma comitiva composta por várias dezenas de militantes e de uma pequena banda, entoando cânticos como "Nós só queremos Cafôfo a presidente".

O cabeça de lista do PS e presidente da estrutura regional do partido considerou que, "nas vésperas da grande decisão", aquilo que tem observado no seu principal adversário, o cabeça de lista do PSD e presidente demissionário do Governo Regional, Miguel Albuquerque, "é a chantagem e o medo".

"Só que os madeirenses já não vão na chantagem e no medo. Dizer que vão os madeirenses pagar se não votarem no PSD e, se não votarem no PSD, isto será o caos, isso já não cola", salientou, acrescentando que a população deve "ter medo, sim, que continue tudo na mesma".

Paulo Cafôfo insistiu que vê "desespero nas palavras proferidas por Miguel Albuquerque", defendendo que "esse medo é sinal que o Partido Socialista está em posição de formar governo nestas eleições".

Questionado se já fez contactos com partidos de esquerda para um possível entendimento, o candidato do PS disse que "só depois de domingo", quando for conhecido o resultado eleitoral.

"Eu tenho os números de telefone de toda a gente, excetuando de Miguel Albuquerque e excetuando de Miguel Castro, do Chega. Eu tenho o contacto de todos os outros partidos e aquilo que espero é que os madeirenses nos deem essa confiança e essa oportunidade", acrescentou.

Paulo Cafôfo reiterou que votar no Chega, CDS, IL ou PAN é "dar um voto à continuidade deste regime" e que "a única hipótese" de "acabar com este regime de 48 anos é votar no PS".

"Como causa da minha vida, eu espero ser presidente do Governo, espero que os madeirenses me deem esta oportunidade. Se assim não for, vou continuar obviamente na liderança do partido e a lutar por esta terra", afirmou ainda.

As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.