Polónia e Grécia defendem 'escudo' ant-iaéreo na Europa
A Polónia e a Grécia defenderam hoje, num comunicado conjunto, a criação pela União Europeia (UE) de um 'escudo' antiaéreo para sua proteção, em plena guerra na Ucrânia na sequência da invasão russa.
"A Europa estará segura enquanto o céu acima da sua cabeça estiver seguro", frisaram o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, e o seu homólogo grego, Kyriakos Mitsotakis, numa carta conjunta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Esta proposta surge num momento em que os 27 Estados-membros 'lutam' para encontrar o financiamento necessário para o desenvolvimento das suas indústrias de defesa, decidido após a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Von der Leyen fez referência a este pedido de Atenas e Varsóvia, durante um debate em Bruxelas entre os principais candidatos à sua sucessão, entre as quais a alemã é recandidata.
A governante exigiu que a próxima Comissão, que tomará posse após as eleições europeias de junho, lance projetos conjuntos nesta área, sob a forma, por exemplo, de "um escudo antiaéreo para todos".
O espaço aéreo da Polónia e da Roménia, vizinhos da Ucrânia, já foi atravessado diversas vezes por mísseis ou 'drones', consequências do conflito que ocorre nas suas fronteiras.
"O escudo de defesa aérea deve ser um programa que responda a esta grande vulnerabilidade na nossa segurança", afirmam os dois chefes de governo europeus nesta carta.
A fraqueza da defesa aérea na UE foi recentemente destacada pelo fracasso da maioria dos países europeus em responder à crescente procura ucraniana de sistemas de defesa aérea adicionais, à medida que as suas infraestruturas e populações são bombardeadas pelas forças russas.
Tusk e Mitsotakis querem avançar a sua proposta numa futura cimeira dos 27, marcada para junho.
A Ucrânia tem garantido uma substancial ajuda financeira e armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais e que teriam sido ultrapassadas.