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Editorial

Não vale tudo

Não vale tudo em política, mesmo que o desespero transporte alguns candidatos e respectivas tribos para o domínio do disparate, que é tão livre como o direito à informação. Determinadas reacções populistas à única sondagem até ontem tornada pública espelham uma preocupante ignorância, infelicidade assumida por protagonistas com baixos níveis de literacia mediática, mas com alto teor de tiques pidescos.

Não é verdade que as sondagens tenham como objectivo a antecipação precisa de resultados eleitorais. São retratos do momento, porventura tão cínicos como os anseios dos que mendigam votos.

Não é verdade que tenha uma amostra duvidosa. O estudo tem 39% de taxa de resposta porque houve um notável esforço para alcançar as 609 entrevistas validadas, que, como se vê, implicaram milhares de chamadas, todas registadas.

Não é verdade que seja um exercício de adivinhação. A sondagem foi encomendada à Aximage, uma das 13 entidades devidamente credenciadas para o efeito, e remetida para a Entidade Reguladoras para Comunicação Social, conforme estipula a lei.

Não é verdade que seja um capricho. Custou-nos 7.320 euros, investimento que até poderia ter sido maior. Bastava que os caloteiros nos pagassem dívidas entretanto vencidas.

Não é verdade que cumpra qualquer desígnio político do DIÁRIO. Toda a gente sabe que não disputamos eleições.