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Os loucos dos outros

Não vão acreditar, mas o governo local decidiu instalar sensores numa praia

Fujikawaguchiko… É um bocado de azar, ter esta cidade do Japão tanto caracter mas olhem, é um exemplo curioso pelo que, mesmo assim, resolvi partilhar convosco o que li lá ter sido estabelecido.

Estes loucos – só podem! – resolveram colocar uma cortina preta com 20 x 2,5 metros, juntamente com umas barreiras metálicas, numa determinada zona da cidade e sabem porquê? Para impedir o magote de pessoas que se deslocavam a esse local para aí fotografarem o Monte Fuji.

O sítio ficou famoso depois de um influenciador estrangeiro ter captado a imagem, que se tornou viral nas redes sociais e muito rapidamente com excesso de turistas, seja lá o que isso for que, por cá, de excessivos só temos os lucros; tudo o resto é normal ou uma invenção da trilateral da banana.

Concomitantemente, resolveram os sem noção nenhuma dos japoneses instalar um sistema de reservas para regular a subida ao topo do dito Monte. Então não era mais lógico implementar uma taxa turística, a cobrar nos hotéis da cidade? Ainda dava um dinheirinho para apoiar a cultura, de bónus!

O pior foi mesmo saber que o dito sistema limita o número de visitantes, tentando com isso lidar com congestionamentos. Não tem limites, a falta de bom senso dos nipónicos, que rapidamente têm de cá vir aprender que mais é sempre melhor!

Os apanhados da cabeça dos espanhóis de Maiorca também têm de planear uma visita ao nosso arquipélago, claramente. Não vão acreditar, mas o governo local decidiu instalar sensores numa praia, a Playa de El Trenc, para assim conseguir monitorizar a densidade de turistas que a frequentam.

Este sistema utiliza para o efeito o número de telemóveis que se encontram no local e visa, pasme-se mais uma vez, tomar medidas atempadas (AHAHAHA) para evitar engarrafamentos ou utilização excessiva do espaço, impondo restrições à entrada, tal como acontece já na península Formentor, durante os meses de Verão.

A ideia destes impreparados dos nossos vizinhos, caso funcione o sistema, é instalar estes mesmos sensores noutros locais mais pressionados pelo número de turistas, que terá aumentado de forma repentina criando problemas que antes não existiam e que, dizem eles, claro, têm de ser geridos de forma a encontrar soluções.

Por cá, a coisa é feita de forma muito mais lógica que nós não estamos para brincos! Primeiro, criamos mais uma taxa, enquanto negamos a existência do problema. Depois, será criada uma comissão para análise, sistematização e monitorização da questão, que em 2034 estará preparada para divulgar conclusões. No fim, compramos a cortina aos japoneses e o sistema aos espanhóis, que nessa altura estará evidentemente obsoleto. Vai uma apostinha?

Enquanto isso, nas redes sociais divulgam-se vídeos com o amontoado de carros na levada das 25 fontes; filas intermináveis nos carrinhos do Monte; com 5.000 pessoas a assistir ao nascer do sol no Pico do Areeiro…

Vale-nos isso, que certifica a nossa política de há décadas para esta indústria: - que venham eles e que sejam muitos! O território aguenta! E nós também, claro!