Porque mudar significa...
Quando pretendemos que algo mude será sobre tudo dar outra orientação, direção ou sentido, modificar, renovar, substituir ou trocar. Tudo tem o seu tempo e será esse tempo que nos define e nos coloca sob o efeito da avaliação das nossas atitudes, comportamentos e decisões. Em tudo e até na política percebe-se perfeitamente que cada vez mais os cidadãos asseiam uma mudança do paradigma político do nosso país e com mais ênfase na nossa região, visto que andamos nisto à 48 anos sob a governação dum único partido. Alguém dizia um dia que existe dois tipos de regimes a dita dura e a dita mole, não comparando com o verdadeiro significado do ditado, mas que Eça de Queirós também dizia que: fraldas e políticos devem de ser trocadas de tempos em tempos e pelos mesmos motivos. Os vícios contagiantes criando ao longo deste quase meio século de hegemonia monopartidária, levou a que cada vez mais os cidadãos perdessem o interesse em participar na evolução da democracia, pois com ela perpetuarem-se e predominaram vícios que dificilmente se conseguiram mudar. Existe dois períodos predominantes no modelo de regime implementado no nosso país; os das promessas pré-eleitorais e o das medidas para manter vivo um sistema onde o amiguismo, o oportunismo, o compadrio e o protagonismo imperam. Daí que dificilmente os cidadãos genuínos que nunca fizeram parte de quaisquer organizações políticas sintam-se impotentes e uma enorme dificuldade em se impor, visto que é predominante a força dum sistema que tendenciosamente e por vários meios consegue por força do oportunismo, da imposição, da intimidação, da influência dos meios e até coação dos intervenientes por vezes infiltrados, impedindo-os de se sentirem livres e exercerem a democracia como mandam as regras. Quando de repente nos vemos envolvidos no mundo da política e se não tivesse seguido a série norte americana “House of cards” dificilmente compreenderia os meandros que envolvem o querer mudar realmente o paradigma político dum país ou duma região viciada na corrupção, no compadrio, e no tráfego de influências. Criando uma sociedade cada vez mais dependente do estado, e, por conseguinte, menos livres, chegamos à conclusão que a classe política dominante dificilmente aceita que cidadãos livres e sem quaisquer vinculações a grupos de interesses possam vir a fazer parte duma possível solução governativa e daí uma autêntica e verdadeira mudança no modelo de governação do país ou da região. É por isso que o sistema apesar das lutas que enfrenta, sente uma enorme dificuldade, uma adversidade contra tudo o que possa vir a incomodar um núcleo de oportunistas, de infiltrados e de defensores acérrimos dum sistema que levou o país, a região e os cidadãos a cada vez mais desconfiarem da democracia que deixou a liberdade legalizar o roubo e institucionalizar a corrupção. Promessas de quem anda aos 48 anos sempre pela Madeira a enganar o eleitorado, onde a falsidade e a mentira já fazem parte do rol, dificilmente irão mudar a página, dos que dizem que acreditamos, este é o momento pois a Madeira precisa de mudar, ou arriscamos a mais 4 anos de demagogia, hipocrisia, injustiça, corrupção, oportunismos, vigaristas e de grupos de infiltrados que contaminam e viciam a genuinidade da liberdade e põe em risco a sobrevivência da democracia. Os madeirenses e porto-santenses terão de refletir seriamente e pensar no futuro que desejam para os mais novos, não podemos deixar fugir a oportunidade de dar um novo rumo à democracia devolvendo-a aos cidadãos genuínos, porque cada momento é único e esta poderá ser a derradeira oportunidade de unir os cidadãos em defesa da liberdade.
A. J. Ferreira