MPT propõe preço fixo de 86 euros para voos entre Região e continente
O cabeça de lista do MPT -- Partido da Terra às eleições regionais da Madeira defendeu hoje um preço fixo de 86 euros para residentes no arquipélago viajarem para o território continental, através de ligação aérea.
"Precisamos é de ter os 86 euros fixos" para as ligações áreas entre a Madeira e o continente, afirmou Valter Rodrigues, criticando o atual sistema de reembolso dos custos acrescidos com estas viagens.
O candidato falava no âmbito de uma ação de campanha dedicada ao tema da mobilidade, que se realizou na marina do Funchal.
Desde setembro de 2015, os residentes na Madeira, bem como nos Açores, beneficiam do Subsídio Social de Mobilidade, que apoia uma parte do custo das viagens áreas.
Para a ligação entre a Madeira e o continente, o valor máximo a pagar pela viagem é de 86 euros, com o Estado português a assumir a diferença de custo, através de reembolso por parte dos CTT - Correios de Portugal.
Sublinhando que a ligação aérea é a única forma de transporte entre a Madeira e Portugal continental, Valter Rodrigues considerou que "não está correto" os preços praticados nas viagens aéreas e propôs um valor fixo de 86 euros para residentes no arquipélago.
Neste momento, os residentes na Região Autónoma da Madeira têm de "pagar o valor por inteiro" dos bilhetes de voo e, depois, pedir o reembolso nos CTT, indicou o líder madeirense do MPT, que pretende assim evitar esse pagamento por inteiro.
"A população não consegue. Quando quer sair da Madeira, não consegue", reforçou.
Para resolver esta situação, o candidato comprometeu-se a pôr o Governo Regional a negociar com o Governo da República "algo concreto, algo eficiente, algo que seja eficaz para a nossa terra e para a nossa população da Madeira e do Porto Santo".
Valter Rodrigues assumiu ainda a luta por "mais ligações aéreas" entre o Funchal e o Porto Santo, "a preços bem razoáveis", para facilitar o acesso dos porto-santenses a serviços públicos que não têm na sua ilha.
"Temos de ter mais ligações [aéreas], não só uma de manhã e uma à tarde, mais sim ter umas duas ligações de manhã, talvez, que é para as pessoas poderem vir às consultas ao Funchal", adiantou.
O líder madeirense do MPT, Valter Rodrigues, sublinhou ainda a necessidade de a Madeira ter um 'ferry' a fazer a ligação marítima com o território continental.
"Defendemos que tem de haver um 'ferry', e não há custos, porque já tivemos cá uma companhia a fazer esse serviço e nunca nos cobrou custos", apontou o cabeça de lista do MPT às eleições antecipadas de domingo, defendendo a ligação marítima entre Funchal e Lisboa e a "livre concorrência" na exploração dos portos madeirenses para que tal se concretize e para que "haja melhores preços".
As legislativas da Madeira decorrem no domingo, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.
O PSD sempre governou no arquipélago e venceu com maioria absoluta 11 eleições entre 1976 e 2015.