ADN defende maior escrutínio aos desempregados que recusam trabalhar
O cabeça de lista do Alternativa Democrática Nacional (ADN) às eleições regionais da Madeira, Miguel Pita, destacou hoje o problema da falta de mão-de-obra na região, defendendo que é necessário um maior escrutínio a quem recusa trabalhar.
Em declarações à agência Lusa, Miguel Pita, que hoje foi ao concelho da Calheta fazer campanha eleitoral, abordou a falta de funcionários disponíveis para trabalhar em setores como a restauração, referindo que têm existido casos de pessoas inscritas no Instituto de Emprego que "se apresentam mal preparadas ou embriagadas para serem recusadas, porque preferem não trabalhar e ficar em casa a receber o subsídio de desemprego".
No entender do candidato, é necessário "haver maior fiscalização, maior escrutínio das pessoas que se apresentam para trabalhar e [perceber] porque é que são recusadas, ou então, em caso de várias recusas, colocá-las em serviço público para justificar o dinheiro público que auferem".
Miguel Pita rejeitou que haja falta de inscritos no Instituto de Emprego e Formação Profissional, insistindo que "as pessoas é que não querem trabalhar" e "fazem tudo para não serem admitidas", porque "dizem mesmo que com o valor que auferem preferem ficar em casa".
"E os empresários aqui ficam com uma situação complicada, não têm mão-de-obra, ou então têm de aceitar a mão-de-obra estrangeira que não sabe falar português e têm as suas regras próprias, não só de religião mas também de alimentação", acrescentou.
O ADN foi o partido menos votado, em 13 candidaturas, nas últimas eleições regionais, tendo obtido 617 votos, o que correspondeu a 0,47% do total.
As legislativas de domingo na Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.