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Regionais 2024 Madeira

Ventura reitera que com Albuquerque "não haverá nenhum acordo"

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Foto Lusa/GREGÓRIO CUNHA

O líder do Chega reiterou hoje que com Miguel Albuquerque à frente do Governo Regional da Madeira "não haverá nenhum acordo", realçando que isso não significa que o partido vá ser uma força de bloqueio no parlamento regional.

"E não haverá [acordo] por uma razão simples: porque nós entendemos que Miguel Albuquerque não devia ser candidato e, quando se tem princípios e valores, nós não cedemos isso por qualquer circunstancialismo político", afirmou André Ventura, em declarações aos jornalistas, no Porto do Caniçal, na zona leste da Madeira, no âmbito de uma ação de campanha eleitoral para as regionais de domingo.

No entanto, isso não significa que "o Chega seja uma forma de bloqueio", acrescentou o líder do Chega, argumentando que o partido "pode não fazer nenhum acordo de governo, mas avaliar caso a caso o que é bom para os madeirenses e porto-santenses".

André Ventura referiu que, de acordo com as sondagens que tem, "haverá uma maioria dependente do PSD e do Chega", o que em "cenários normais" poderia significar "uma solução de estabilidade".

"Acontece que o que se passa na Região Autónoma da Madeira neste momento não é um cenário normal, é um cenário em que um Governo se demitiu por questões de corrupção graves", reforçou.

Contudo, acrescentou "isto não quer dizer que se houver uma proposta boa para os pescadores, para os polícias, para os taxistas, para os jornalistas, para todos", o partido não aprove.

Questionado diversas vezes sobre se viabilizará um Programa de Governo do PSD/Madeira, tendo em conta que antes de qualquer proposta ser discutida no parlamento regional é necessário aprovar esse documento, André Ventura disse que este não é o momento e que o avaliará consoante o resultado das eleições.

Para o líder do Chega, o presidente demissionário do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e novamente cabeça de lista do PSD, não tem "credibilidade política" e não percebeu que "era o momento de sair".

Por outro lado, o líder social-democrata, Luís Montenegro, não teve "coragem" de lhe dizer que o seu tempo "chegou ao fim", acrescentou.

"E, agora, andamos aqui a discutir se vai haver maioria, como se o Chega é que ficasse com este peso nos ombros. O PSD é que escolhe mal, vai a votos, e nós é que ficamos com o ónus agora de ter a estabilidade política da região na mão", declarou.

À chegada ao Porto do Caniçal, no concelho de Machico, André Ventura foi abordado e esteve a conversar alguns minutos com pescadores que lhe falaram sobre os problemas da profissão, reclamando melhores condições de trabalho e maiores quotas de pesca.

As legislativas de domingo na Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.