Cafôfo pede oportunidade para governar e rejeita desistir da liderança do PS
O cabeça de lista do PS às eleições legislativas da Madeira pediu hoje aos madeirenses e porto-santenses "uma oportunidade" para acabar com a governação do PSD e assegurou que, independentemente do resultado, não vai virar as costas à região.
"Aquilo que pedimos é uma oportunidade. O PS nunca teve essa oportunidade em 48 anos [de governação do PSD na Madeira]. Aquilo que desejamos é que nos deem essa oportunidade e façam a democracia funcionar. Se não estiverem contentes com a nossa governação, pois bem, daqui a quatro anos podem escolher outro partido ou outros partidos para governar", afirmou Paulo Cafôfo, à margem de uma ação de campanha no centro do Funchal.
A caravana do PS começou este 10.º dia de campanha para as eleições regionais de domingo a contactar com a população do Funchal, capital da Região Autónoma da Madeira e município que foi presidido por Paulo Cafôfo entre 2013 e 2019, após vencer as eleições autárquicas em coligação com outros partidos.
"Nunca me esqueço de si", disse uma moradora no Funchal, dirigindo-se a Paulo Cafôfo, cumprimentando-o calorosamente, ao que este respondeu: "Veja o bem que eu fiz na Câmara e que agora posso fazer no Governo. Vamos ganhar isto".
Entre apertos de mão e beijinhos, o cabeça de lista e líder do PS/Madeira, apoiado por uma comitiva de cerca de 40 militantes e simpatizantes, apelou ao "voto útil" no PS e ouviu as preocupações da população, em particular de reformados que lhe desejaram "boa sorte".
Com o compromisso de "virar a página" na governação da região, Paulo Cafôfo manifestou-se confiante de que "é possível" o PS formar Governo, com "uma maioria estável", referindo que no domingo à noite, aquando dos resultados eleitorais, poderá estabelecer acordos com outros partidos, à exceção de dois: "Nunca vamos fazer um acordo com o PSD, porque somos a alternativa ao PSD, e nunca vamos fazer acordos com o Chega".
Questionado sobre o seu futuro político se o PS for derrotado e não conseguir formar uma maioria, o líder madeirense dos socialistas garantiu que não irá virar as costas à região, referindo que, nos vários cargos que exerceu, inclusive no Governo da República, pretendeu sempre contribuir para o desenvolvimento da Madeira.
"Não vou desistir, efetivamente, desta luta e desta mudança. Se não se concretizar -- coisa que acho que não vai acontecer --, se não se conquistar uma viragem de página na região, eu não vou desistir, continuarei à frente do PS/Madeira e continuarei a lutar por esta região", sublinhou, realçando o apelo que sente nas ruas para mudar a governação na Madeira.
Paulo Cafôfo frisou que "o mais importante agora é que as pessoas tenham consciência de que só com o PS é que é possível a mudança desta região", referindo que "só há duas hipóteses" quanto ao futuro Governo Regional, o PS ou o PSD, ressalvando que o voto na candidatura dos sociais-democratas, encabeça por Miguel Albuquerque, atual presidente demissionário do executivo madeirense, é para "continuar tudo na mesma", inclusive a "instabilidade" responsável pela crise política na Madeira.
Os compromissos do PS passam por "devolver os rendimentos às pessoas", através da redução "até 30%" dos impostos, nomeadamente o IVA e o IRS, financiar a 100% a aquisição da primeira habitação, aumentar os apoios às rendas, construir mais casas, creches gratuitas, fim das propinas, atribuição de 150 euros de complemento às reformas mais baixas e um subsídio de 5% de insularidade aos funcionários públicos.
Catorze candidaturas disputam os 47 lugares no parlamento regional: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta, com 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto CDU, IL, PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e BE obtiveram um mandato cada.