JPP quer criar oportunidades para jovens do trabalho à habitação
A candidatura do Juntos Pelo Povo (JPP) às eleições legislativas da Madeira comprometeu-se hoje com a criação de oportunidades para os jovens na região, desde o mercado de trabalho ao acesso à habitação, "para não terem de emigrar".
"Este Governo PSD/CDS defraudou os jovens recentemente ao fazer alterações substanciais nos critérios do programa de renda acessível para renda reduzida", afirmou o cabeça de lista do JPP às eleições regionais de domingo, Élvio Sousa, no âmbito de uma ação de campanha na Universidade da Madeira, no Funchal.
Com cerca de duas dezenas de apoiantes e militantes, com bandeiras e t-shirts verdes do partido, a caravana do JPP despendeu um par de minutos para ouvir os jovens universitários, que se encontravam na pausa para almoço, e tentou saber as suas preocupações, em particular sobre as saídas profissionais. Para apelo ao voto, entregou o seu folheto de campanha, canetas e até rebuçados.
"Mais duas médicas de família para a região", congratulou-se Élvio Sousa, após contacto com duas estudantes de Medicina, uma do Funchal e outra de Peniche (distrito de Leiria).
Em defesa dos jovens, o candidato do JPP a presidente do Governo Regional da Madeira defendeu emprego qualificado, diversificação económica, programas de arrendamento acessível e juros bonificados para aquisição de casa própria.
"Não podemos continuar a vender a Madeira para os estrangeiros, com todo o respeito. Isto não é nada de ostracismo, nem discriminatório. É que a Madeira, em primeiro lugar, é dos madeirenses. Não podemos só, continuadamente, apostar na habitação de luxo. Temos de criar condições para ter habitação a preços baixos", reclamou.
Com a ambição de passar a ser a segunda força política da região -- depois de nas eleições de setembro de 2023 ter sido a terceira, com cinco deputados, com o PS em segundo (11 deputados) e a coligação PSD/CDS em primeiro (23 deputados) - a candidatura do JPP assegurou que "não há nenhum acordo com nenhum partido" para um entendimento pós-eleições.
Esta "é a quarta vez" que desafia os "partidos centralistas" -- PS e PSD --, mas sem obter resposta, acusando-os de serem "escravos dos outros" ao se "agacharam às ordens de Lisboa", referiu.
Élvio Sousa, secretário-geral do JPP, lembrou que o seu partido tem "o boletim de nascimento na Madeira" e, por isso, "é o melhor" para governar a região, considerando que "os partidos com nascimento centralista muitas vezes discriminam a Madeira".
Referindo que o JPP foi constituído há 14 anos, o cabeça de lista comparou o crescimento do seu partido com o regime de maturidade do vinho da Madeira, que é superior a 20 anos: "Com a idade, se calhar vamos melhorar um bocadinho".
Nas eleições de domingo, segundo o JPP, o atual presidente do Governo Regional e cabeça de lista do PSD, Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção, "tem de ser castigado" nas urnas.
"Dia 26 de maio não só é o dia do juízo final, mas é um dia de liberdade. Creio que a população da Madeira e do Porto Santo vai, nesse dia, ter uma atitude correta, que é de colocar o PSD na lista de espera", frisou.
O cabeça de lista do JPP criticou ainda as promessas "a torto e a direito" de PSD e PS, sem uma agenda reformista e esquecendo a dívida da região, ironizando com uma possível intervenção do primeiro-ministro, Luís Montenegro: "Pode ser que o Montenegro passe a Monteblanco".
"Se cair dinheiro do céu, posso prometer mais duas ou três medidas", antecipou.
Catorze candidaturas disputam os 47 lugares no parlamento regional: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta, com 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto CDU, IL, PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e BE obtiveram um mandato cada.