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Fact Check Madeira

É a primeira vez que o dirigente de um clube madeirense é acusado de agressão?

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Depois do empate 2-2 em Viseu, que deixou o Marítimo sem hipóteses de aceder ao ‘play-off’ de acesso à I Liga, a chegada da equipa à Madeira, na noite de domingo, ficou marcada por um episódio de agressão, envolvendo o presidente do clube e um adepto.

É o assunto na ordem do dia desta segunda-feira e ainda muita tinta fará correr. O presidente do Club Sport Marítimo agrediu, com uma bofetada, um adepto que se encontrava à espera da equipa na zona de chegada do aeroporto da Madeira.

Nas imagens, captadas e divulgadas pela RTP/Madeira, é possível ver Carlos André Gomes a reagir aos comentários do adepto que pede a sua demissão e a do treinador do Marítimo, isto depois do clube não ter conseguido chegar ao ‘play-off’ da II Liga.

Mas será a primeira vez que um presidente do Marítimo é acusado de agressão?

Às primeiras horas da manhã já o presidente do Club Sport Marítimo vinha desculpar-se da agressão ao adepto maritimista, dizendo que tal havido sido um acto irreflectido. “Antes de mais, tenho de pedir desculpa ao referido adepto do Marítimo pelo meu acto irreflectido. Não devia ter acontecido. Contudo, este adepto há muito que anda nos jogos em casa do Marítimo a proferir palavras ofensivas para com esta direcção”, disse ao DIÁRIO, acrescentando ainda que estaria a tentar contactar o referido adepto para formalizar o pedido de desculpa.

Desta vez os olhos recaem sobre a actuação de Carlos André Gomes, que já mereceu inclusive a reprovação da claque do Marítimo ‘Fanatics 13’, que exige consequências deste acto, mas há mais casos semelhantes a envolver o nome da colectividade. “Os CSM Fanatics 13 vêm por este meio relembrar a toda a nossa massa associativa e adeptos em geral, que o nosso maior património são os nossos sócios maritimistas”, dizem no comunicado.

Carlos Pereira e André Ladeira, à data ex-presidente do clube e ‘vice’ da Assembleia Geral, respectivamente, foram outros protagonistas que colocaram o nome do Marítimo na ‘berlinda’.

O caso remonta a 15 de Agosto de 2023, quando André Ladeira acusou Carlos Pereira de agressão quando se cruzaram no Centro Comercial Forum Madeira. O ex-presidente do Marítimo, Carlos Pereira, acabou ilibado em tribunal da acusação de agressão a André Ladeira, mas em termos mediáticos o caso ganhou proporções.

À data, foi o Club Sport Marítimo a protagonizar uma das primeiras reacções à alegada agressão. “O Club Sport Marítimo repudia a agressão de que foi vítima André Ladeira, vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral. A violência, verbal ou física, é execrável e qualquer vestígio dela tem de ser combatido e expurgado de uma sociedade que se quer digna”, pode ler-se no comunicado do clube.

Marítimo quer que o agressor de André Ladeira seja "exemplarmente punido"

O Club Sport Marítimo reagiu, em comunicado, à agressão que o vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral, André Ladeira, diz ter sido vítima, esta manhã, no centro comercial Fórum Madeira, por parte de Carlos Pereira, ex-presidente da direcção do clube, conforme o jornal O Jogo noticiou.

Bem antes, há mais de uma década, Carlos Pereira protagonizou outra polémica, alegadamente acusado de ter agredido um jornalista. “O jornalista Marco Freitas foi ontem agredido pelo presidente do Marítimo, Carlos Pereira, em pleno Complexo de Santo António, quando o jornalista fazia a cobertura do treino da equipa verde-rubra, que prepara o encontro de sexta-feira com o Nacional”, lia-se na edição de 10 de Novembro de 2010.

Nas mesmas páginas o assunto era mencionado e condenado pelo Sindicato dos Jornalistas e pelo Bloco de Esquerda, no Parlamento madeirense. Na ocasião, ao Club Marítimo competia o contraditório, acusando o jornalista de ter forjado a lesão.

Não obstante este caso mais recente, e num desporto colectivo onde o ‘fair-play’ impera, e onde cabe a todos os protagonistas dar o exemplo, sobretudo às gerações mais jovens, os casos de agressões no futebol repetem-se.

No Marítimo, como se pode comprovar, não é a primeira vez que um presidente está envolvido num caso de agressão ou de alegada agressão. Ainda que, neste particular de Carlos André Gomes, tenha sido o próprio a admitir, desde a primeira hora, a agressão e a se desculpar pelo acto.

De olhos postos no Marítimo, referir, por exemplo, que em 2008 o Sindicato dos Jornalistas vinha condenar publicamente umas afirmações proferidas pelo presidente do Nacional, Rui Alves, por considerar que as mesmas incitavam à violência.

“A Direcção Regional da Madeira do Sindicato dos Jornalistas vem publicamente repudiar e condenar o inadmissível, criminoso e vil incitamento à violência contra jornalistas protagonizado pelo Presidente do Clube Desportivo Nacional, no passado sábado, durante um jantar do Grupo ‘Os Alvi-negros’”, lia-se no comunicado.

A liderança do Marítimo tem tido um comportamento sempre exemplar, até agora - Sentido de vários comentários no Facebook do DIÁRIO