Primeiro-ministro palestiniano agradece a Portugal voto favorável na ONU e ajuda humanitária
O primeiro-ministro palestiniano agradeceu hoje a Portugal o voto favorável ao alargamento dos direitos da Palestina nas Nações Unidas e o apoio humanitário, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
"O primeiro-ministro palestiniano [Mohammed Mustafa] conversou, esta manhã, com o MNE @PauloRangel_pt, para agradecer o voto favorável na AGNU [Assembleia-Geral das Nações Unidas], assim como todo o apoio dado à Palestina, designadamente a ajuda humanitária. Saudou ainda os apelos ao cessar-fogo imediato", referiu o ministro português, na rede social X.
Em 10 de maio, a Assembleia-Geral da ONU aprovou, com apoio esmagador de 143 países, incluindo Portugal, uma resolução que concede "direitos e privilégios adicionais" à Palestina e apela ao Conselho de Segurança que reconsidere favoravelmente o seu pedido de adesão plena à organização.
Dias depois, o ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou "o gesto inédito" de Portugal em relação à Palestina nas Nações Unidas e disse que a diplomacia nacional está a ter "um papel importante" junto de outros países europeus nesta matéria.
Foi "um gesto inédito na diplomacia portuguesa" e "portanto, Portugal está claramente nesta linha", sublinhou na altura Paulo Rangel, numa conferência de imprensa em Madrid, ao lado do homólogo de Espanha, José Manuel Albares.
O ministro também já tinha revelado que conseguiu levar "pelo menos, dois países" da União Europeia a votar favoravelmente este projeto de resolução, apresentado pelos Emirados Árabes Unidos em representação do Grupo de Países Árabes.
Sobre a possibilidade e o momento de Portugal reconhecer o Estado palestiniano -- um passo que pelo menos quatro países europeus, incluindo Espanha, se preparam para fazer -, reiterou que o Governo português está ainda "em consultas".
"No caso português, o que nós considerámos adequado neste momento, foi fazer esse voto favorável sem qualquer restrição, condicionamento, mas não avançar para o reconhecimento formal [do Estado da Palestina]", acrescentou.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 35 mil mortos, na maioria civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas.
A ofensiva israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.