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Crise eléctrica no norte da Venezuela obriga função pública a parar nas horas de ponta

Foto Shutterstock
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A administração pública vai paralisar as atividades nas horas de ponta no estado de Carabobo, no norte da Venezuela, para evitar o racionamento de eletridade à população da região, onde vivem milhares de portugueses.

O anúncio foi feito por Rafael Lacava, governador de Carabobo (175 quilómetros a oeste de Caracas), após a população se ter queixado de frequentes flutuações de voltagem e de prolongados apagões, que têm feito sentir em várias regiões da Venezuela e inclusive na capital.

"Nos próximos dias será publicado um decreto em que a administração pública do Estado, toda a administração nacional, regional e municipal, terá de fazer um 'shutdown' [encerramento] em todas as repartições que existem no Estado de Carabobo, durante as horas de ponta", anunciou Lacava, domingo na rede social X (antigo Twitter).

O governador explicou que prefere "trabalhar nas horas em que não há picos de eletricidade", "trabalhar às 10 horas da noite", do que ordenar "um racionamento às três horas da tarde, ou às sete horas da noite, quando as pessoas estão a chegar a casa".

Várias organizações não governamentais que registam a situação elétrica do país dão conta que na Venezuela se registam aproximadamente 200 apagões elétricos diários.

A população queixa-se também de danos causados a aparelhos eletrónicos devido às falhas elétricas, inclusive em Caracas, sede principal dos serviços públicos, onde, em janeiro, um setor de La Campiña, onde funcionava o escritório da agência Lusa, esteve uma semana parcialmente às escuras.

Em 07 de março de 2019, ocorreu o maior apagão da história da Venezuela, quando uma falha na Central Hidroelétrica Simón Bolívar deixou os venezuelanos totalmente às escuras durante cinco dias.

Um ano depois, em 25 de março de 2020, pelo menos 16 estados e parte da região da capital voltaram a ficar sem luz.

Em 06 de maio de 2020, 19 dos 24 estados da Venezuela ficaram total ou parcialmente às escuras, numa avaria que afetou também a Internet e as comunicações telefónicas. Treze dias depois, um apagão voltou a deixar a capital e mais de metade do país às escuras.

Em 2021, segundo a organização Comité de Afetados pelos Apagões (CAA) foram documentados 12 grandes apagões elétricos nacionais e mais de 178 mil parciais ou regionais.

Ainda segundo a CAA, em 2022 ocorreram 167.618 apagões na Venezuela, que incluem 29.418 falhas elétricas só em outubro.

Entre janeiro e novembro de 2023, segundo a CAA, a Venezuela registou 199.804 apagões elétricos.