Irão garante que morte do Presidente Raisi não vai causar "qualquer perturbação"
O Governo iraniano confirmou hoje a morte do Presidente Ebrahim Raïssi, na queda de um helicóptero no noroeste do país, mas garantiu que o desastre não irá causar "qualquer perturbação na administração" do Irão.
"O Presidente do povo iraniano, trabalhador e incansável, (...) sacrificou a sua vida pela nação", disse o executivo de Teerão, num comunicado após a primeira reunião desde o acidente.
"Garantimos à nossa nação leal, grata e amada que, com a ajuda de Deus e o apoio do povo, não haverá a menor perturbação na administração do país", acrescentou o Governo do Irão.
O helicóptero que transportava Raisi e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hossein Amir-Abdollahian, foi localizado hoje numa montanha no noroeste do Irão, sem quaisquer sobreviventes, confirmaram as autoridades.
O aparelho despenhou-se na zona de Kalibar e Warzghan, na província do Azerbaijão Oriental, no noroeste do país.
O acidente deu-se no domingo, quando a comitiva regressava da fronteira com o Azerbaijão, onde Raisi inaugurou uma barragem com o seu homólogo azeri, Ilham Aliyev.
No terreno estiveram pelo menos 65 equipas de salvamento em operações de busca que estão a ser dificultadas devido ao denso nevoeiro e às fortes chuvas.
A Arábia Saudita, o Iraque e o Azerbaijão ofereceram ajuda a Teerão, enquanto o Presidente norte-americano, Joe Biden, foi informado sobre o incidente, segundo a Casa Branca, que não adiantou mais detalhes.
A Turquia já enviou 32 equipas de salvamento e seis veículos e a União Europeia ativou o serviço cartográfico de resposta rápida Copernicus a pedido do Irão.
Também a Rússia enviou uma equipa de socorro com 47 especialistas, veículos todo-o-terreno e um helicóptero.
Ebrahim Raisi, de 63 anos, um clérigo religioso de linha dura, foi eleito Presidente do Irão em 2021, numa eleição presidencial com a participação mais baixa da história da República Islâmica.
A sua liderança protagonizou uma intensificação da repressão contra ativistas, mulheres e críticos do regime.
O Governo não forneceu detalhes sobre os planos de sucessão, mas a reunião de hoje já foi presidida pelo possível substituto de Raisi, o atual primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber.
Mokhber, de 68 anos, está no cargo desde 2021 e anteriormente liderou o poderoso conglomerado "Execução da Ordem do Imã Khomeini". Por estas funções é alvo de sanções pelos Estados Unidos desde 2021.
O Governo irá realizar ainda hoje uma "reunião de emergência", disse a agência de notícias oficial iraniana Irna, sem revelar detalhes sobre a agenda do encontro.
A Bolsa de Valores de Teerão esteve hoje encerrada devido à morte de Raisi, disse um membro do conselho de administração da bolsa, Reza Eyvazlou, citado pela agência de notícias iraniana Mehr.