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Regionais 2024 Madeira

PTP destaca o seu histórico na luta contra a corrupção na Madeira

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A candidatura do Partido Trabalhista Português (PTP) às regionais da Madeira recordou hoje o seu histórico de luta contra a corrupção do "regime do PSD" na região e considerou que várias forças políticas têm sido "hipócritas" sobre futuras coligações.

"Quero alertar [...], para que as pessoas não se deixem enganar, não se deixem levar pelas palavras ocas e vazias dessas pessoas e depositem o seu voto em quem já deu razões de merecer essa confiança", disse a cabeça de lista, Raquel Coelho, no Mercado do Santo da Serra, nas zonas altas do concelho de Santa Cruz.

A candidata, que já foi deputada do PTP na Assembleia Legislativa, referiu que no partido há cidadãos que "não se vendem, não se vergam, são combativos, são corajosos - que enfrentaram com pesados custos os barões do PSD que usurpam há mais de 47 anos os recursos da Madeira e dos madeirenses".

No mercado, um espaço muito procurado ao domingo para compras de produtos frescos regionais e onde outras candidaturas se deslocaram hoje (IL, ADN, PAN e CDS), Raquel Coelho indicou que o PTP foi ali divulgar a sua mensagem "de grande combate à corrupção", um tema que tem dominado a campanha da sua lista.

"E alertar, acima de tudo, para os partidos hipócritas que pedem o voto dos eleitores, dizem que vão fazer oposição a este regime do PSD podre, caduco e corrupto, mas, na verdade, se preparam para, após as eleições, se coligar com este partido", declarou, apontando para "o CDS, a IL, o Chega e o próprio PAN", que, opinou, "são as bengalas do PSD".

A candidata apelou ao voto dos eleitores que "querem realmente uma mudança na Madeira, todos aqueles que estão cansados de serem roubados, de serem espoliados para que meia dúzia de barões do regime enriqueçam".

O PTP, que já teve um grupo de três deputados no arquipélago, quer "defender" o Orçamento Regional e os impostos dos madeirenses e porto-santenses "das garras destas pessoas indignas, das pessoas que tomaram conta da Assembleia Legislativa da Madeira e do Governo Regional".

Segundo a candidata, no arquipélago há empresas "criadas com o dr. Alberto João Jardim", presidente do executivo entre 1978 e 2015, pelo PSD, e que "estão de tal forma poderosas, milionárias, que já mandam mais que o próprio governo e já mandam mais que os próprios partidos".

Ou seja, insistiu, há "uma série de empresas que controlam vários partidos e têm os seus pontas de lança para garantir que os seus interesses não estejam beliscados na Assembleia Legislativa da Madeira".

Questionada sobre os problemas da agricultura, a candidata censurou sobretudo que esta importante pasta tenha sido tutelada por uma secretária (Rafaela Fernandes) que desconhece o setor e "não sabe plantar uma couve, não sabe distinguir um boi de uma vaca e ainda pensa que uma galinha põe três ovos".

Por outro lado, Raquel Coelho disse ser preciso modernizar o sistema de água de rega.

As legislativas da Madeira decorrem em 26 de maio, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta, elegendo 23 deputados, e os sociais-democratas celebraram um acordo de incidência parlamentar com a eleita do PAN. Depois da constituição de Albuquerque como arguido, a deputada retirou-lhe a confiança política, o que levou à demissão chefe do executivo.

Nesse sufrágio, o PS conseguiu 11 deputados, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto CDU, IL e BE obtiveram um mandato.