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Regionais 2024 Madeira

Cafôfo reitera que líder nacional do PSD tem vergonha de participar na campanha

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O cabeça de lista do PS às eleições antecipadas na Madeira, Paulo Cafôfo, reafirmou hoje que o líder nacional do PSD, Luís Montenegro, tem vergonha de participar na campanha porque não quer estar associado a Miguel Albuquerque.

"Para nós é uma honra termos aqui o líder nacional", disse, referindo-se ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que no sábado participou em atividades de campanha da candidatura socialista às legislativas de 26 de maio, acompanhado pela cabeça de lista do partido às europeias, Marta Temido.

Paulo Cafôfo, que falava aos jornalistas numa ação de campanha junto à igreja da Boa Nova, no Funchal, destacou a hospitalidade dos madeirenses, vincando que isso aconteceu com o líder nacional do PS, cuja presença na região foi também uma demonstração de "apoio inquestionável ao PS/Madeira".

"Mas, mais do que o apoio inquestionável ao PS/Madeira, é o respeito e a consideração que têm pelos madeirenses e pela Madeira", disse, para logo reforçar: "Isso não aconteceu com o líder nacional [do PSD] Luís Montenegro, que tem vergonha de vir aqui à região, porque não quer estar associado a Miguel Albuquerque."

O candidato socialista reagiu também ao facto de Albuquerque -- cabeça de lista social-democrata e presidente do executivo PSD/CDS-PP em gestão - ter desvalorizado a ida de Pedro Nuno Santos à região ao dizer que "o Partido Socialista é que precisa sempre de bengalas, precisa das bengalas de Lisboa".

"Essa das bengalas eu não entendo", declarou, lembrando que o líder nacional do PSD esteve na última festa anual do PSD/Madeira, no Chão da Lagoa, e também nas últimas eleições regionais, em 24 de setembro de 2023.

Paulo Cafôfo sublinhou que da parte do PS não se trata de bengalas, mas de solidariedade e confiança no projeto socialista para a região autónoma.

"Nesta matéria, eu diria que não recebemos lições de absolutamente ninguém e somos coerentes, ao contrário de Miguel Albuquerque, que não é nada coerente, porque quando Montenegro veio cá não era bengala e agora Pedro Nuno Santos vem e já é bengala", disse.

Na ação de campanha junto a igreja da Boa Nova, à saída da missa, os elementos da candidatura do PS distribuíram muitas gerberas, esferográficas e panfletos, numa hora em que também se encontravam no local apoiantes do PSD a distribuir material de propaganda.

"Aquilo que nós aqui temos é um Partido Socialista unido e coeso na mudança necessária, no virar de página de 48 anos de poder [do PSD], porque nós não podemos continuar a ser a região mais pobre do país", disse Paulo Cafôfo, sublinhando que os social-democratas não podem dizer que a culpa é dos outros porque têm estado sempre a governar o arquipélago.

O cabeça de lista socialista alertou para os cerca de 70 mil madeirenses em risco de pobreza, salientando que muitos são idosos com pensões muito baixas, e reafirmou o compromisso de atribuir um complemento regional para os idosos no valor de 150 euros por mês, considerando que o impacto no Orçamento não será acentuado.

"As prioridades do PS são diferentes das prioridades do PSD. Estou a falar aqui em dois milhões e 400 mil euros. Ora, numa terra em que temos 33 milhões de euros em tachos do governo por ano, dois milhões e 400 eu diria que é dinheiro bem investido nas pessoas que tanto deram, tanto trabalharam", disse.

As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.

Há agora 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.