CDS defende mais apoios para agricultura e novos atrativos turísticos
O cabeça de lista do CDS-PP às eleições regionais da Madeira defendeu hoje mais apoios para a agricultura e a criação de novos atrativos turísticos na região, com a recuperação de antigas estradas, percursos pedestres e miradouros.
"Nós temos descurado a agricultura madeirense, sendo que a agricultura é responsável pela paisagem rural humanizada, que é o nosso principal ativo turístico", começou por afirmar José Manuel Rodrigues, em declarações aos jornalistas no Mercado do Santo da Serra, concelho de Santa Cruz.
O candidato democrata-cristão, que percorreu o mercado, contactando com populares e comerciantes, disse, por isso, que é necessário "cuidar melhor da agricultura", para que a paisagem -- "a galinha dos ovos de ouro da Madeira" -- se mantenha.
José Manuel Rodrigues considerou que são necessários mais apoios aos agricultores e melhores pagamentos nos setores da banana, da cana-de-açúcar e da vinha.
Por outro lado, tendo em conta o crescimento do turismo na região, que tem batido recordes e provocado "saturação" em alguns pontos, o CDS-PP propõe a criação de novos atrativos.
"Isso passa pela recuperação e reabilitação das antigas estradas regionais, dos caminhos reais, de miradouros e levadas que estão ao abandono, para tentar lutar contra esta saturação que já existe de alguns pontos turísticos da Madeira", realçou.
Questionado sobre o motivo de o CDS não ter feito mais enquanto parceiro do Governo Regional (PSD/CDS-PP), José Manuel Rodrigues respondeu que os setores tutelados pelo seu partido (Economia, Mar e Pescas) "funcionaram perfeitamente", rejeitando responder "pelos pecados e erros das outras secretarias regionais do PSD".
O também presidente da Assembleia Legislativa da Madeira sublinhou estar "à vista de toda a gente que houve crescimento económico", mas "isso não correspondeu a uma melhoria significativa da vida das pessoas".
"Houve aqui falta de justiça social na distribuição da riqueza que é gerada anualmente na região", considerou.
As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.
O acordo entre sociais-democratas e democratas-cristãos, assinado após as eleições de 2019 (quando o PSD perdeu pela primeira vez a maioria absoluta) foi rompido na atual crise política.