Quem quereis a governar?
Quem quereis a gerir “o nosso dinheiro”? Esta, é na verdade, a pergunta que teremos de nos colocar no próximo domingo quando decidirmos em quem votar. Porque, quem for eleito terá direito a decidir como será gasto o dinheiro do orçamento regional. E é ainda um “bolinho” jeitoso.
Ora vejamos, segundo notícias vindas a público, o orçamento da Região para este ano é de 2.238 milhões de euros e tem um investimento previsto de 976 milhões de euros no PIDDAR. Domingo próximo temos de escolher quem consideramos ter credibilidade para ter acesso a este dinheiro. Serão os atuais governantes?
A análise da circulação do dinheiro diz-nos que o dinheiro nunca desaparece. Muda de mãos. Mas não desaparece. Circula de um lado para outro. Por exemplo, quando vamos ao supermercado e pagamos as compras, o dinheiro apesar de ter desaparecido da nossa conta ou da carteira, na verdade, ele passou das nossas mãos para as mãos dos proprietários dos supermercados.
Quando ouço as histórias do “desaparecimento” do dinheiro do antigo BES, fico perplexa. Na verdade, o dinheiro foi parar nas mãos de alguém. Se alguém perde, alguém ganha. O mesmo se passa com a gestão dos dinheiros públicos.
Daí ser tão importante ter confiança em quem gere o nosso dinheiro. Ninguém está interessado em entregar de bandeja o seu dinheiro a quem não confia. Para colocar o seu dinheiro ganho com tanto suor no banco, tem de confiar na instituição bancária onde coloca o dinheiro. E é esta postura que temos de ter quando fazemos as nossas escolhas no boletim de voto, pois estaremos a dar acesso ao dinheiro que existe no orçamento de governo.
Quando nos fazem promessas, todas muito douradas, fantásticas, maravilhosas, dignas da Alice no País das Maravilhas, precisamos de pensar se as medidas são exequíveis, que custo financeiro nos será exigido para a sua concretização, e, sobretudo, se confiamos nas pessoas para conduzir as negociatas da implementação dessas medidas. Com os pés bem na terra, precisamos pensar se aquilo que nos estão a dar é apenas “engodo de nada”.
Histórias de constituição de fortunas recentes com processos mal explicados devem ser ponderados na decisão. Faço-vos uma pergunta, se tiverem dúvida sobre a idoneidade de um banco, poriam o vosso dinheiro nesse banco? É isto que está em causa no próximo domingo.
David Copperfield faz mágicas extraordinárias. Podemos não saber como faz as suas magias, mas sabemos que existem truques.
Nestas eleições, está tudo em aberto. Há quem lute pela sobrevivência e até já tenha admitido que “está na corda bamba com jacarés com boca aberta por baixo”.
Há quem esteja a coçar a cabeça por ter feito acordos para viabilizar governo e lixaram-se porque os seus votantes sentem-se traídos pela confiança que neles depositaram. E a questão que se pergunta a esses partidos é o que fizeram durante este tempo? Qual foi a mudança que impuseram? Andaram a tratar da sua vidinha e dos seus familiares? Foi para isto que vos deram o voto?
E o que dizer de partidos pequenos, mas que ainda assim estão representados no parlamento regional? Estão a pedir votos na loucura de fazer acordo? O desespero é tanto para “evitar os jacarés” que, quase de certeza, haverá negociatas de domingo para segunda para poderem governar à vontadinha como sempre fizeram até agora. Quem cairá em tentação?
A quem dar o voto? Qual a probabilidade da nossa escolha política cair em tentação e se associar aos “jacarés”? Que tipo de governo queremos daqui para a frente? Quem queremos associados no novo governo?
Quem ganhar precisa de estar preparado para governar em parceria com a Assembleia e sem maioria. Ganhávamos todos muito mais se for esta a opção.
A classe média está farta de pagar por tudo e mais alguma coisa e de perder poder de compra.
Os eleitores precisam de ser muito responsáveis e os líderes políticos precisam de não gozar com quem lhes dá o seu voto. Basta de fazerem pela sua “vidinha” sem se preocuparem com o destino da Madeira.
O país tem os olhos postos em nós. Sejamos capazes de mostrar que somos responsáveis e honestos! Vote pela nossa dignidade!