Vinte e três pessoas desaparecidas ao largo da costa da Tunísia
Vinte e três migrantes que tentavam chegar à Europa por mar estão desaparecidas ao largo da costa tunisina, indicou hoje a Guarda Nacional da Tunísia, que deteve cinco pessoas implicadas na organização da travessia.
Em comunicado, a Guarda Nacional da Tunísia, que supervisiona a guarda costeira do país, refere que as 23 pessoas estão desaparecidas depois de terem tentado chegar à Europa por mar a partir da cidade de Nabeul.
Segundo a polícia, o grupo partiu no início do mês de maio e as buscas ainda estão a decorrer no mar.
"Embarcaram (...) na noite de 03 para 04 de maio", refere-se no comunicado, acrescentando que as famílias dos desaparecidos só alertaram as autoridades dez dias depois.
A Guarda Nacional da Tunísia anunciou também a detenção de cinco pessoas implicadas na organização da travessia, sendo dois dos migrantes desaparecidos familiares de alguns dos organizadores da travessia para a Europa.
Juntamente com a Líbia, a Tunísia é um dos principais pontos de partida dos migrantes que se arriscam em perigosas viagens pelo Mar Mediterrâneo até à Europa.
No ano passado, mais de 1.300 migrantes morreram ou desapareceram em naufrágios ao largo da costa tunisina, segundo a organização não-governamental (ONG) Forum tunisien pour les droits économiques et sociaux (Fórum tunisino para os direitos económicos e sociais).
Na semana passada, as autoridades tunisinas comunicaram um aumento de 22,5% entre janeiro e abril, em comparação com o mesmo período de 2023, do número de migrantes intercetados a caminho da Europa.
A Guarda Nacional intercetou ou resgatou 21.545 pessoas nos primeiros quatro meses do ano.
No ano passado, dezenas de milhares de pessoas oriundas da África subsariana, fugindo da pobreza e dos conflitos, nomeadamente no Sudão, bem como milhares de tunisinos, motivados pela crise económica e pelas tensões políticas, tentaram a perigosa travessia do Mediterrâneo.
No verão do ano passado, por incentivo da Itália, a União Europeia celebrou um acordo com Tunes, muito criticado na Europa, prevendo uma ajuda financeira - um total de 255 milhões de euros - em troca de esforços acrescidos para reduzir o número de pessoas que abandonam o país.
De acordo com um relatório recente da Organização Internacional para as Migrações, na última década, mais de 27.000 migrantes morreram no Mediterrâneo, incluindo mais de 3.000 no ano passado.