IL diz que PSD, PS e CDS prometem "mundos e fundos"
O cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) às eleições regionais da Madeira, Nuno Morna, defendeu hoje que o partido apresenta propostas exequíveis, ao contrário do PSD, PS e CDS-PP, que acusou de prometerem "mundos e fundos".
A IL realizou hoje de manhã um passeio pela baixa de Câmara de Lobos, concelho contíguo ao do Funchal a oeste, onde entregou panfletos e canetas a populares e comerciantes.
Logo no início do périplo, Nuno Morna entrou num café, deparando-se com o cabeça de lista do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, que desejou uma "boa campanha" aos liberais.
O coordenador da IL/Madeira, eleito deputado nas regionais de setembro do ano passado, foi entregando panfletos a quem encontrava e trocando curtas palavras como "tudo de bom" ou "bom fim de semana".
À entrada do Mercado Municipal de Câmara de Lobos, um popular disse que "os partidos são todos iguais", ao que a comitiva respondeu que "não são" e seguiu o seu caminho.
Um dos membros da comitiva levava um cartaz com as palavras "Sabes quem é a única pessoa que pode mudar a Madeira?", tendo na parte de trás um espelho, para demonstrar às pessoas que são elas próprias que o podem fazer, através do voto.
Em declarações à agência Lusa, o cabeça de lista da IL quis fazer um balanço da primeira semana de campanha eleitoral, considerando que o partido tem feito campanha "pela positiva", ao apresentar "propostas, que não são muitas, são poucas, mas exequíveis".
"Fazemos as nossas propostas, os madeirenses têm de perceber que isto não pode continuar com o prometer mundos e fundos, que depois não são exequíveis", declarou Nuno Morna, referindo-se ao PSD, ao PS e ao CDS-PP.
"Devem ter encontrado ouro em algum lado, devem ter encontrado uma riqueza qualquer que toda a gente desconhece, que faz com que se possa prometer mundos e fundos, dizer que tudo é gratuito, tudo é dado, que os subsídios vêm aí a torto e a direito e isso é tudo mentira", reforçou.
Referindo que a Madeira não é "uma terra de riqueza" e que vive "essencialmente do turismo", Nuno Morna defendeu que é necessário criar outras formas de fazer com que a economia cresça e lembrou as suas propostas de expansão do Centro Internacional de Negócios e de criação de um sistema fiscal próprio.
"Não podemos é viver nesta monocultura do turismo, porque agora estamos bem, mas de hoje para amanhã pode acontecer algum fator que prejudique a vinda dos turistas para a Madeira e nós, porque só vivemos disso, ficamos mal, como foi por exemplo na pandemia", sustentou.
As legislativas da Madeira decorrem em 26 de maio, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.