PSD promete baixar IRS Jovem e diz que vitória do PS seria uma "desgraça"
O cabeça de lista do PSD às eleições antecipadas na Madeira, Miguel Albuquerque, prometeu hoje baixar o IRS Jovem na região para 10,5% e considerou que será uma "desgraça" se o PS ganhar as legislativas de 26 de maio.
"Se o Governo, conforme consta do Programa de Governo nacional, fizer a redução do IRS Jovem para os 15%, nós aqui vamos adotar o diferencial [de menos 30%] para 10,5%, o que significa que será o IRS mais baixo do país", afirmou.
O candidato social-democrata, também líder do partido na Madeira e presidente do executivo PSD/CDS-PP, em gestão desde fevereiro, falava aos jornalistas numa ação de campanha na Avenida da Madalena, nos arredores do Funchal, uma área residencial onde a candidatura distribuiu panfletos e esferográficas.
Miguel Albuquerque desvalorizou a participação do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, em ações de campanha hoje na região, e o facto de ter dito que o líder social-democrata, Luís Montenegro, também primeiro-ministro, não vem ao arquipélago talvez por não ter orgulho na candidatura.
"O Partido Socialista é que precisa sempre de bengalas, precisa das bengalas de Lisboa", disse, para logo reforçar: "Aliás, eles não conseguem fazer nada sem ouvir o que é que Lisboa diz e trazem sempre essas personalidades para cá. Aquele princípio pacóvio - tudo o que vem de fora é bom. Nós não precisamos de nada disso."
O cabeça de lista sublinhou que estas são eleições regionais e que os sociais-democratas têm os seus candidatos, sem precisar de "bengalas ou andarilhos".
Questionado se se sentia desfavorecido por Luís Montenegro não participar na campanha, respondeu "nada, nada, nada". "Ele não vem mesmo", acrescentou.
Albuquerque reagiu também ao facto de Paulo Cafôfo, líder regional e cabeça de lista do PS, celebrar hoje o 53.º aniversário e ter dito que o presente virá daqui a uma semana, dando a entender que será a vitória dos socialistas.
"Eu dou-lhe os parabéns, mas a pior coisa que podia acontecer, o pior presente, era o presente envenenado, era o Paulo Cafôfo ganhar as eleições da Madeira, que isso aí era uma desgraça para a Madeira", afirmou.
O governante demissionário comentou também a posição assumida pelo presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, na sexta-feira, ao permitir que o líder do Chega, André Ventura, prosseguisse a sua intervenção, depois de ter dito que "os turcos não são propriamente conhecidos por ser o povo mais trabalhador do mundo".
"Acho que o presidente da Assembleia fez muito bem em não permitir que houvesse censura relativamente àquilo que é dito por um deputado, seja errado, seja certo", afirmou.
Para Miguel Albuquerque, a democracia é um "regime de liberdade de expressão e permite, obviamente, as maiores patacoadas e as maiores parvoíces".
"Independentemente de concordarmos ou não concordarmos, e qualquer pessoa de bom senso acha que essa tirada [de André Ventura] não tem pés nem cabeça, nunca pode ser censurado nem deve censurado, muito menos no quadro da Assembleia da República, uma vez que é o princípio da liberdade de expressão que informa as democracias liberais", defendeu.
Por outro lado, reafirmou não estar à espera do apoio de nenhum partido para formar governo, mesmo face a uma eventual mudança de posição do Chega.
"Eles dizem uma coisa à segunda, outra à terça, à quarta mudam e depois na quinta concluem", ironizou, para logo acrescentar: "Eu não estou à espera de apoio de ninguém. Primeiro, vamos ver o que é que o povo decide."
As legislativas da Madeira de 26 de maio decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Miguel Albuquerque foi constituído arguido num processo sobre alegada corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.