Cafôfo denuncia entendimento pré-eleitoral PSD/CDS/Chega para tentar manter Albuquerque no poder
O candidato do PS-Madeira denunciou, hoje, um entendimento pré-eleitoral "já visível" entre o PSD, o CDS e o Chega para, se for preciso, "manter Albuquerque e o PSD no Governo". Paulo Cafôfo prestou declarações à margem de uma visita à Universidade da Madeira.
O socialista referiu-se ao debate promovido ontem na RTP-Madeira e disse ter ficado claro que já há um “entendimento pré-eleitoral” para, se for necessário na noite das eleições, o CDS e o Chega se juntarem a Miguel Albuquerque. Por isso, esclareceu: “Votar no Chega, no CDS, mas também noutros partidos que não estiveram no debate, como o PAN e a Iniciativa Liberal, é votar Miguel Albuquerque e perpetuar este governo do PSD”.
“Vi ataques de Miguel Albuquerque, de José Manuel Rodrigues e de Miguel Castro a mim. Notou-se bem o entendimento e a articulação entre aqueles três líderes partidários contra a minha pessoa e o PS”, disse o cabeça-de-lista.
Paulo Cafôfo defendeu ainda o fim das propinas para os estudantes do ensino superior, referindo que a medida tem um custo de quatro milhões de euros. "O Partido Socialista tem na educação o seu eixo principal e um Governo Regional do PS terá mesmo na educação um setor primordial, estratégico para o desenvolvimento desta nossa região", assumiu.
"Há muitos pais e muitas mães que querem dar o melhor da sua educação aos seus filhos, e falo particularmente de uma classe média que não tem acesso às bolsas de estudo", referiu.
Defendendo que a educação deve ser gratuita, Paulo Cafôfo propôs também que as creches sejam gratuitas para todas as crianças madeirenses, uma medida que teria um custo de 3,2 milhões de euros por ano.
Estas duas medidas, que, de acordo com os socialistas, implicam um custo total de 7,2 milhões de euros anuais, "têm um impacto direto não só na qualificação da população, mas também no apoio às famílias", realçou o também líder do PS/Madeira.
Trata-se, acrescentou, de um valor "perfeitamente comportável" no orçamento da região, mas o Governo Regional atual (PSD/CDS-PP) "tem estado com as prioridades erradas" e gasta "33 milhões de euros por ano em tachos".
"Quando estamos a apostar na educação, estamos a apoiar as famílias, mas estamos também a olhar para o futuro desta região, porque queremos uma economia que seja competitiva", reforçou.
O candidato disse, por outro lado, que não quer uma região onde o Produto Interno Bruto (PIB) seja alto "como se apregoa", mas depois a Madeira tenha a maior taxa de pobreza do país. A pobreza é, aliás, no seu entendimento, "uma impressão digital" do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.
Paulo Cafôfo reiterou ainda que o PS "é a única solução" no dia 26, advogando que votar em partidos como CDS, Chega, PAN e Iniciativa Liberal "é perpetuar este governo do PSD".
Questionado sobre acordos à esquerda, o socialista disse estar "preocupado em apresentar propostas para os problemas dos madeirenses" e que o objetivo é o PS "ter votos suficientes" para formar um executivo.