MPT quer ser "voz transparente" para a população
O cabeça de lista do MPT às regionais na Madeira salientou hoje que o partido pretende ser "uma voz transparente" e defendeu medidas para resolver os problemas vividos no mercado do Funchal devido ao excesso de turistas.
A candidatura do MPT - Partido da Terra realizou hoje a sua ação de campanha eleitoral para as regionais de 26 de maio no Mercado dos Lavradores, no Funchal, um dos espaços mais procurados pelos turistas que visitam a região e que à sexta-feira fica congestionado porque é tradição os madeirenses fazerem ali compras de legumes, fruta, carne e peixe frescos.
Por isso, outras candidaturas também escolheram esta manhã o local - o Bloco de Esquerda, a Iniciativa Liberal e o CDS-PP.
"Vamos ser uma voz transparente para toda a população", disse Válter Rodrigues à agência Lusa.
O candidato considerou que "a Madeira tem muitos problemas" e que é preciso "resolver alguns" de forma mais imediata.
"Como, por exemplo, o excesso de turismo, temos de arranjar solução para isto. Temos de arranjar solução também a nível das finanças e ordenados das pessoas, estão muito baixos", mencionou, referindo ainda a saúde e a mobilidade como áreas a necessitar de intervenção.
Válter Rodrigues realçou que o problema no Mercado dos Lavradores é que a população tem de ir muito cedo fazer as suas compras: "Porque se demoram mais, se vêm às 09:00, já começa a chegar o turismo todo e já não dá para fazerem as compras sossegadas, com calma."
Para colmatar a situação, o candidato propôs a criação de um "livre-trânsito para a população e o turismo a outras horas, não nas mesmas".
O objetivo da campanha hoje, referiu, é "esclarecer porque as pessoas devem votar no Partido da Terra", já que esta é "a única força que demonstra sempre à população que não vai gastar um cêntimo do erário público". O MPT foi o único partido que não apresentou orçamento para a campanha eleitoral.
"Estamos aqui é para lutar pelos dinheiros públicos e melhor nível de vida", mencionou.
Nas últimas eleições legislativas regionais, em 24 de setembro de 2023, o MPT -- que elegeu um deputado para a Assembleia Legislativa da Madeira em 2007 e 2011 - foi o segundo partido menos votado e arrecadou 696 votos (0,53%).
As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.